José Maria Marin, que era aguardado nesta quarta-feira no MP-SP (Ministério Público Estadual de São Paulo), adiou sua conversa
com o promotor Roberto Senise Lisboa. Com a alegação de uma viagem, o presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) pediu resignação, e uma nova reunião foi agendada para o dia 3 de fevereiro.
"O Marin já tinha uma viagem marcada e por isso não pode ir. Por isso, eu vou pedir essa mudança", disse Carlos Miguel Aidar, advogado da CBF, que cumpriu a promessa na tarde desta terça.
Marin foi convocado pelo MP-SP como parte da investigação sobre o caso envolvendo o meia Héverton. O órgão entende que a decisão do STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva), que tirou quatro pontos da Portuguesa, rebaixou a equipe paulista e manteve o Fluminense na primeira divisão, conflita com o texto do Estatuto do Torcedor, uma lei federal.
Além disso, a investigação do promotor Senise já indicou que alguém da Portuguesa tinha conhecimento da situação irregular de Héverton. Por tudo isso, o MP tenta uma reunião com a CBF para tentar convencer a entidade a não aplicar a decisão do STJD.
Dificilmente, porém, Marin sentará na mesma mesa de Senise. A ideia do corpo jurídico da CBF é que um subordinado do presidente compareça ao encontro. Para o MP, não há problema na "substituição".
"Isso não muda nada. A CBF é representada pelo presidente, mas ele pode dar autorização para outra pessoa comparecer. A notificação é feita para a CBF. Quem é o presidente da CBF é o José Maria Marin. Então, é óbvio que a notificação segue com o nome dele", disse Senise.
Caso não aceite a proposta do MP e siga respeitando a decisão do STJD, a CBF caminha para lançar a tabela do Brasileiro, em 20 de fevereiro, sem a Portuguesa e com os mesmos 20 clubes. Na visão do advogado da entidade, o risco para o torneio é pequeno, e mesmo o Ministério Público pode fazer pouco para atrapalhar o andamento da competição.
"Em tese, há [risco], mas é prematuro dizer que está arriscado. Se a liminar [que está em vigor e exige a Portuguesa na primeira divisão] cair e o desembargador orientar que todos sigam a determinação, a fatura está liquidada. O MP pode propor uma ação civil pública, mas isso só vai gerar uma indenização lá na frente, não ameaça o campeonato", disse Aidar.
Na verdade, se entender que há um descumprimento da lei, o MP pode levar o resultado do inquérito à Justiça e colocar o torneio sub júdice. O problema é que a tendência é que essa sentença demore a ser dada. O imbróglio do Campeonato Brasileiro de 2005, por exemplo, só recebeu sua sentença final no ano passado, oito anos depois, e não envolveu nenhuma mudança no campeonato, apenas o pagamento de indenizações.
Reprodução Cidade News Itaú
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