O vice-governador Robinson Faria, presidente estadual do PSD no Rio Grande do Norte, afirmou hoje em entrevista ao Jornal da Cidade (94 FM) que mantém sua postulação ao governo do Estado. Sua pré-candidatura, afirmou ele, independe da candidatura de outras lideranças da base de oposição ao governo do Estado, como da ex-governadora e presidente do PSB, vice-prefeita Wilma de Faria.
Segundo o vice-governador, candidaturas não devem ser impostas por acordos em gabinetes em Brasília, mas nascer da vontade do povo. “Eu vou fazer minha caminhada e pretendo me oficializar, me tornar candidato a governador. Digo isso sem subterfúgio, sem vergonha, muito pelo contrário, com consciência e com a serenidade que Deus me deu”, afirmou o vice, ao se pronunciar sobre a possibilidade de Wilma lançar-se candidata a governadora.
Robinson diz que dialoga com parceiros do PDT, Carlos Eduardo Alves, do PSB, Wilma de Faria, do PT, da deputada federal Fátima Bezerra e do PC do B. Desses partidos, quem sinaliza com possibilidade de candidatura própria é Wilma de Faria. “Eu acho que todos têm direito de sonhar ou de trabalhar, quanto mais Wilma, que já foi governadora, é um direito legítimo dela. Agora a posição de Robinson Faria ela não tem, nesse momento essa preocupação de estar pensando nos possíveis candidatos ao governo do Estado. Eu estou trabalhando na minha caminhada há muitos anos para me tornar, me viabilizar, com humildade, caminhando sozinho, não estou pedindo aqui que ninguém declare apoio ao meu nome. Eu estou conversando com a sociedade”, afirmou o governadorável.
INVOLUÇÃO
Ao abordar a atual gestão estadual, o vice-governador declarou que “esse governo atual não tem comparação com nenhum” outro da história administrativa do Rio Grande do Norte. “Não é nem porque eu rompi, porque sou adversário político. Abstraindo todos os fatos que aconteceram, eu acho que esse governo, até agora, não começou. Pelo contrário, houve uma involução. A segurança sucumbiu, a saúde vive o pior momento da sua história, o setor rural está praticamente falido por falta de apoio às cadeias produtivas, a economia não cresceu, nosso PIB caiu para o último colocado, a nossa taxa de desemprego aumentou. Não existe nada acontecendo de bom”, afirmou.
Instado a avaliar o governo da antecessora de Rosalba, Wilma de Faria, o vice-governador Robinson Faria declarou que “o governo de Wilma teve realizações, mas poderia ter acontecido mais”. Segundo ele, faltou ousadia a Wilma. “E eu entendo que um governo tem que ter ousadia, inovação. Só acredito em gestores ousados, como é o perfil de Eduardo Campos (atual governador de Pernambuco), o perfil de Aécio Neves (ex-governador de Minas Gerais), o perfil de Cid Gomes (atual governador do Ceará), só governadores que têm uma mente avançada, uma mente moderna”.
“Oposição tem que dialogar com a oposição e fazer palanque forte”
Num recado direto a Wilma de Faria, que na última sexta-feira iniciou diálogo político com o presidente do PMDB, Henrique Alves, Robinson Faria disse que a oposição tem que dialogar com a oposição, e não esperar aliança com partidos aliados do governo. Ele disse que os partidos de oposição, PT, PSB, PSD, PC do B e PDT, têm condições de formar, juntos, palanque “muito forte” para 2014.
“Eu acho que, nesse momento, a oposição tem que dialogar com a oposição, e aí nascer um palanque muito forte para 2014″, declarou o vice-governador, afirmando que sua posição é de respeito ao PMDB, mas reconhecendo que a oposição não pode esperar. “Cada candidato gostaria de ter o PMDB no seu palanque, mas o PMDB hoje faz parte da base do DEM em nosso Estado; nós, não. Eu, o PSD, PSB de Wilma, PT de Fátima, somos oposição ao governo do DEM”, observou.
Robinson continuou a linha de alerta à oposição, afirmando que, se os opositores a Rosalba não querem dialogar, ele continuará na sua jornada. “Se não querem adiantar para esse palanque existir logo, mesmo que não seja lançada chapa agora, se quer esperar pela divisão do governo, eu vou seguir a minha caminhada, me apresentando ao povo, conversando com o povo e preparado, sem medo, sem estar preocupado”, afirmou Robinson.
Nesta caminhada, o pré-candidato do PSD a governador do Rio Grande do Norte disse que não se intimidará, mesmo que haja racha na base oposicionista. “Até falaram: não, mas Robinson Faria poderá ficar isolado, sozinho; isso não me intimida, eu vou seguir em frente a minha caminhada e pretendo virar 2014 já candidato a governador do Rio Grande do Norte”, completou.
Robinson ressaltou a amizade com os líderes do PMDB Garibaldi, Henrique e Walter Alves, mas sublinhou que a posição do PMDB hoje é de aliado do DEM, “e eu sou adversário do DEM hoje no RN”. Ele deixou claro: “O PMDB faz parte, indicou cargos recentemente para o governo do DEM em nosso estado. Então, o PMDB está ajudando do governo do DEM e não cabe a mim opinar sobre essa parceria. É lógico que o PMDB, se fosse oposição, tornaria muito mais forte o nosso palanque, mas o PMDB está integrado ao governo do Estado, comprometido através de cargos que foram indicados pelo PMDB para o governo do DEM, um governo que eu discordo, que eu não vejo esse governo ser bom para o povo”. (AV).
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