A Polícia Civil mineira investiga se uma ossada encontrada na cidade de Nova Serrana (133 km de Belo Horizonte) seria de Eliza Samudio, ex-amante do goleiro Bruno Fernandes, desaparecida desde junho de 2010.
A Justiça de Minas Gerais determinou a expedição da certidão de óbito da moça, no final de janeiro deste ano, a um cartório da cidade de Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte.
Segundo o delegado Rodrigo Noronha, titular da Delegacia de homicídios de Nova Serrana, algumas coincidências o induziram a associar a ossada encontrada em uma vala, em entroncamento da BR-262, no final de janeiro deste ano, ao caso Eliza Samudio.
O policial aguarda um exame de DNA, que provavelmente ficará pronto na próxima semana, para checar se a ossada seria da moça. Esse exame será feito pelo IC (Instituto de Criminalística), da Polícia Civil, em Belo Horizonte.
O órgão já havia coletado, em 2010, material da mãe de Eliza para posteriormente comprovar que sangue encontrado em uma Land Rover, pertencente ao goleiro, era de Eliza.
Segundo o delegado de Nova Serrana, isso vai acelerar o procedimento.
Quatro pessoas já foram julgadas pelo crime e duas foram condenadas a penas em regime fechado, Bruno e o seu ex-braço direito Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão.
Vala
Conforme o policial, o corpo teria sido inicialmente enterrado, mas com as chuvas, houve uma erosão no local que evidenciou a existência dos ossos.
Noronha afirma ter recebido nesta semana um laudo do setor de Antropologia do IML (Instituto Médico Legal), de Belo Horizonte, confirmando que a ossada era de uma mulher, com aproximadamente 1,70m de altura e com a arcada dentária em "perfeitas condições".
"Eu não descarto a possibilidade [de a ossada ser de Eliza]. A arcada dentária dela não é uma arcada comum de ser encontrada nas nossas vítimas de homicídio aqui na cidade. A dentição encontrada é perfeita", afirmou.
Segundo ele, ainda foram localizados um cinto de boa qualidade e uma sandália número 37 que, conforme o delegado, era o mesmo número usado por Eliza.
"Está faltando parte da ossada. Está faltando o braço direito completo e boa parte da ossada das pernas. Pode ser que algum animal tenha levado, mas segundo as investigações, parte do corpo dela foi jogada para cachorros", destacou o delegado.
Noronha ainda relembrou que havia um afundamento no lado esquerdo do crânio. O policial aludiu ao fato de que Eliza havia sido supostamente agredida por coronhadas desferidas por um primo do goleiro, ainda no Rio de Janeiro, quando teria sido sequestrada para ser levada a Minas Gerais.
Buscas
Entre as buscas feitas na tentativa de localizar Eliza Samudio, cujo corpo até hoje não foi encontrado, a mais inusitada foi a que cogitou a possibilidade de esvaziamento de uma lagoa, em 2010, em cidade da região metropolitana de Belo Horizonte. Já Sônia de Fátima Moura, mãe da ex-amante do goleiro Bruno, disse ter sido procurada por uma pessoa que lhe entregou uma carta contendo a suposta localização do corpo da filha. No entanto, a afirmação no texto teria sido baseada em um "sonho".
Parentes
O policial disse ainda que a mulher de Macarrão, condenado a 15 anos de prisão pela morte da moça, tem parentes em uma cidade próxima a Nova Serrana.
"A família da mulher do Macarrão é de um distrito aqui perto chamado Alberto Isaacson. O trajeto mais fácil para quem vem da região metropolitana [de Belo Horizonte] é passando pela estrada onde esse corpo foi encontrado", afirmou.
Conforme a investigação da Polícia Civil mineira, Eliza teria sido morta no dia 10 de junho de 2010 pelo ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, na casa do homem, que fica na cidade de Vespasiano, na região metropolitana de Belo Horizonte. A Polícia afirma que Eliza teria sido morta por esganadura.
Já conforme o delegado Rodrigo Noronha, foram identificados e comprovados pelo laudo a existência de dois orifícios provocados por disparos de arma de fogo no crânio e na coluna vertebral encontrados da ossada localizada na cidade.
"Vamos pedir para que seja feita a determinação do calibre. Mas acreditamos que não sejam de armas de grosso calibre", disse.
Ele afirmou ter repassado as informações ao delegado Wagner Pinto, um dos responsáveis pelas investigações feitas sobre o sumiço de Eliza, e para o promotor de Justiça Henry Castro, representante do Ministério Público que atua no caso.
Reprodução Cidade News Itaú