Pedro Rocha, ex-ídolo do São Paulo e da seleção uruguaia, morreu nesta segunda-feira, aos 70 anos, na sua casa na capital paulistana. A
informação foi confirmada por seu filho, Pedrinho. O meia-atacante jogou quatro Copas do Mundo – nenhum uruguaio conseguiu isso –, foi ídolo no Peñarol, do Uruguai, (81 gols em 159 jogos), no São Paulo (113 gols em 375 jogos), foi ídolo da Celeste (17 gols em 52 jogos), ídolo de Pelé, que o considerava um dos cinco maiores de todos os tempos.
Pedro Rocha nasceu no dia 3 de dezembro de 1942, filho de Eutério Rocha, brasileiro que havia emigrado para o Uruguai com um ano e meio, e Ana Ester. Chegou a jogar com o pai e com o irmão Hermes, no time de Salto.
Em 16 de julho de 1950, os habitantes de Salto, então com 50 mil habitantes, a 500 quilômetros de Montevidéu e a 120 quilômetros de Uruguaiana, no Brasil, comemoraram como todos os 2,6 milhões de uruguaios. Garotos que participavam de uma pelada, também. E um deles, com oito anos, disse em voz alta com muito orgulho. "Dentro de dez anos, vocês vão gritar meu nome porque eu é que estarei vestindo a camisa da Celeste".
Pedro Virgilio Rocha Franchetti, o garoto que previu seu futuro com muito menos detalhes gloriosos do que ele realmente teria, tinha 70 anos e morreu vítima de atrofia do mesencéfalo, doença degenerativa que o acompanhava há cinco anos.
Em 1960, chegou ao Peñarol, que era bicampeão uruguaio e tinha um elenco de craques. Foi deslocado para a ponta direita. Ganhou três títulos seguidos, completando o famoso "quinquênio" saudado até hoje pelos torcedores do clube.
Foi ainda campeão uruguaio em 1964, 65, 67 e 68. Ganhou três Libertadores, em 1960, 61 e 66. Na última, marcou cinco gols em dois jogos seguidos, com diferença de 20 dias, contra o grande rival Nacional. Em um deles, entrou caminhando no gol, com a bola. Ganhou o Mundial de Clubes em 1961 (0 a 1, 5 a 0 e 2 a 1 sobre o Benfica-POR) e 1966 (duas vitórias por 2 a 0 sobre o Real Madrid-ESP). Na final da Libertadores de 1966, contra o River Plate (ARG), em Santiago do Chile, Rocha ajudou a mudar o apelido do clube argentino.
Cada time havia vencido em seu país. O River fez 2 a 0 no primeiro tempo. O Peñarol empatou no segundo. Na prorrogação, com gols de Spencer e Pedro Rocha, foi consumada a virada. Os torcedores do River, que gostam de ser chamados de milionários, tiveram de se acostumar com o apelido de "galinhas" após a virada.
Reprodução Cidade News Itaú
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