Foram julgados e condenados nesta quinta-feira (5) sete dos nove acusados de participação no assassinato do dirigente petista Ednaldo Filgueira, de 36 anos,
morto a tiros em junho de 2011 na cidade de Serra do Mel, cidade da região Oeste potiguar. Na época, Ednaldo era presidente municipal do partido e era dono de um jornal que circulava na cidade. O júri aconteceu em Mossoró, também na região Oeste.
Os condenados foram Francisco Fábio Ferreira, réu confesso que admitiu ser o autor dos disparos; Paulo Ricardo da Costa, que pilotou a moto usada para dar fuga a Francisco; além de Abinadab Ismael Nunes Pereira, Rafânio Brito de Azevedo, Daniel dos Santos Azevedo e Marcélio de Sousa Moura, apontados como cúmplices na trama do crime. Ranielly Brito de Azevedo, que está foragido, foi condenado à revelia.
O oitavo acusado de participação no crime é Josivan Bibiano, que na ápoca do assassinato era prefeito de Serra do Mel. Ele chegou a ser preso duas vezes e indiciado pela Polícia Civil como mentor do crime. Escutas telefônicas, autorizadas pela Justiça, indicariam participação do ex-prefeito no homicídio. Apesar disso, ele ainda não foi julgado. Cícera Soares da Costa, proprietária do restaurante Padre Cícero, também não foi julgada. Ela pediu desmembramento do processo.
No depoimento em juízo, Francisco Fábio disse que matou Ednaldo porque o político o teria acusado de participação em crimes na cidade. A mesma afirmação fez Paulo Ricardo, como justificativa pra ter ajudado no assassinato. Antes de ser morto, consta no processo que Ednaldo vinha denunciando irregularidades na Prefeitura de Serra do Mel.
Daniel dos Santos Azevedo vai cumprir 20 anos, pois foi absolvido da acusação de formação da quadrilha. Rafânio Brito de Azevedo e Ranielly Brito de Azevedo tiveram pena por homicídio qualificado e formação de quadrilha e devem cumprir 23 anos. Os demais foram condenados a 19 anos pelos dois crimes. Como eles já estavam presos, continuarão detidos nas unidades prisionais onde estavam. Francisco Fábio teve a pena atenuada e vai cumprir 19 anos por ter confessado o crime.
Entenda o caso
Ednaldo Filgueira, de 36 anos, foi executado com seis disparos de arma de fogo por volta das 22h do dia 15 de junho de 2011, quando saía do trabalho na Vila Brasília, bairro de Serra do Mel. Ednaldo era dono do "Jornal Serrano", no mesmo município. As investigações da Polícia Civil apontaram para motivações político-partidárias como as causas do crime. O fato ainda não foi confirmado.
Em agosto de 2011, oito pessoas foram indiciadas criminalmente pelo delegado Odilon Teodósio, que trabalhou na primeira parte do inquérito que investiga o assassinato. Cícera Soares da Costa, proprietária do restaurante Padre Cícero, em Serra do Mel, foi indiciada, juntamente com Rafânio Brito de Azevedo, Raniely Brito de Azevedo e Daniel dos Santos Azevedo, como autores intelectuais do crime. Abnadabe Nunes Ismael Pereira da Silva (Foguinho), Francisco Fábio Ferreira (Galego), Paulo Ricardo da Costa (Paulinho) e Marcélio de Sousa Moura também foram indiciados, apontados como envolvidos diretamente na execução do então presidente do PT de Serra do Mel.
Ao concluir a investigação, o delegado Odilon Teodósio creditou a autoria intelectual do crime ao prefeito do município, Josivan Bibiano de Azevedo (PSDB). O delegado afirmou, à época, que a execução do jornalista ocorreu em decorrência das críticas à gestão de Bibiano Azevedo no jornal de Ednaldo Filgueira. osivan teve a prisão preventiva decretada no dia 24 de dezembro do ano passado e foi solto, por força de habeas corpus, no dia 3 de janeiro deste ano.
Reprodução Cidade News Itaú
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