Enquanto hotéis cobram preços até 4.000% mais altos que o normal e turistas enfrentam dificuldades para
encontrar hospedagem no Brasil durante a Copa do Mundo de 2014, estrangeiros começam a procurar lugares vagos em favelas cariocas, segundo reportagem publicada neste domingo, 22, pelo jornal norte-americano New York Times.
O texto do jornal afirma que moradores da Rocinha estão oferecendo quartos compartilhados por cerca de R$ 120 por noite a turistas estrangeiros. A matéria lembra, porém, que as comunidades carentes do Rio ainda sofrem com tiroteios, tráfico de drogas e tortura policial contra seus moradores.
O New York Times lembrou o caso de Amarildo, pedreiro que desapareceu após uma operação policial na Favela da Rocinha e virou símbolo da violência policial, sendo lembrado durante os protestos de junho em todo o país.
"Troca de tiros ainda acontecem nas ruas, traficantes ainda oferecem drogas em um labirinto de vielas. Moradores da Rocinha ainda sofrem com táticas brutais da polícia, que recentemente foi acusada de torturar e assassinar um pobre pedreiro", diz o texto.
A oferta de favelas como opção de hospedagem é viabilizada, em partes, pelo crescimento econômico vivido pelo país, pela chegada de serviços públicos às comunidades carentes, como postos de saúde e transportes, além das operações policiais.
A acomodação em uma favela carioca tem, por outro lado, suas vantagens, de acordo com o jornal de Nova York. As comunidades oferecem algumas das vistas mais bonitas do Rio de Janeiro. Das casas da Rocinhas, por exemplo, é possível ver boa parte da Praia de Ipanema.
A reportagem cita que o Rio de Janeiro espera receber 300 mil turistas durante o Mundial, embora só tenha 55,4 mil vagas de hotéis, um dos principais motivos que levam à alta dos preços. Pesquisa do jornal norte-americano aponta que uma diária em hotel sai, em média, por R$ 1.095. Em um hostel, o preço pode chegar a R$ 900.
Reprodução Cidade News Itaú
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