O médico Nazareno de Deus foi exonerado do cargo de diretor geral do Instituto Técnico-Científico de Polícia (Itep) do Rio Grande do
Norte. Em publicação no Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (18), a governadora Rosalba Ciarlini assinou uma resolução que substitui o então diretor.
No lugar de Nazareno assume a corregedora geral da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social (Sesed), Raquel Amaral Taveira, que foi exonerada do cargo que ocupava para assumir a direção do Itep.
Funcionários fantasmas
Nas últimas semanas o Itep foi alvo de uma comissão instaurada para apurar eventuais irregularidades administrativas. No último dia 4 de novembro, um relatório elaborado ao longo de um mês por uma comissão formada por representantes da Corregedoria da Secretaria de Segurança Pública do RN, Secretaria Estadual de Recursos Humanos, Ministério da Justiça, Ministério Público e Poder Judiciário foi entregue a governadora Rosalba Ciarlini e identificou que o órgão tem falhas nos controles de frequência e de ponto de pessoal, o que resulta em casos de funcionários que recebem sem trabalhar.
O G1 teve acesso exclusivo ao relatório. Nele, dentre outras irregularidades, consta que “o órgão padece de sérios problemas de gestão que contribuem para o agravamento da crítica situação ora vivenciada. Com efeito, tanto se registra a falta de planejamento e controle, assim como vislumbra-se a cotidiana ocorrência de supostas infrações disciplinares que sequer são comunicadas pelos superiores hierárquicos aos órgãos de apuração”. O número de 'funcionários fantasmas', no entanto, não foi revelado porque o ponto de frequência dos servidores é considerado falho, o que carece de uma investigação mais aprofundada.
O documento, contudo, relata a existência de servidores que recebem e não trabalham, sem que os chefes imediatos comuniquem as respectivas faltas ao órgão disciplinar e servidores que sublocam seus plantões. Como exemplo, a comissão cita casos ocorridos em Caicó e Mossoró, cidades das regiões Seridó e Oeste do estado, onde médicos, por meses, substituem colegas que não cumprem seus plantões. Também há o caso de um médico que, segundo depoimentos de colegas de trabalho, tem salário superior a R$ 11 mil como servidor da Secretaria de Saúde e que ganham mais de R$ 5 mil como legista do Itep , mas que há meses não dá expediente no instituto.
A comissão levou cerca de um mês para averiguar a situação do Itep e elaborar o relatório. Nesse período, foram realizadas diversas visitas in loco nas sedes do Itep e foram ouvidos diversos servidores que relataram as dificuldades do órgão e denunciaram irregularidades. O documento foi feito a pedido da própria governadora Rosalba Ciarlini com o objetivo de fazer uma restruturação para que o órgão se adeque ao programa Brasil Mais Seguro.
Reprodução Cidade News Itraú
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