quinta-feira, novembro 28, 2013

Seguro cobre gasto de acidente do Itaquerão, mas obra deve encarecer

Um seguro vai cobrir todos os custos gerados pelo acidente que derrubou parte da cobertura do Itaquerão, estádio da abertura da
Copa-2014. Isso inclui obras extras de conserto, novos equipamentos e a indenização para famílias dos operários mortos. Assim, por conta da tragédia desta quarta-feira, não haverá aumento de gastos significativos para o Corinthians.

Mas, sim, deve haver um crescimento no custo geral do estádio que já vinha sendo discutido antes do acidente. Explica-se: a Odebrecht alega que vai gastar mais do que o previsto no contrato inicial, R$ 860 milhões, e pede um aditivo do acordo.

Em relação ao caso específico do acidente, em que houve dois operários mortos, foi contratado um seguro por um preço entre R$ 2 milhões e R$ 3 milhões. Isso estava incluído no orçamento inicial da obra.

Entre outros itens que serão cobertos, estão a reconstrução de parte da área leste – a estrutura do estádio não foi atingida – que foi atingida por um guindaste, o conserto da máquina, e outras perdas como despesas extras com folha salarial. O seguro foi feito pela Odebrecht, que investiu até agora cerca de R$ 700 milhões na obra com recursos próprios e dinheiro de empréstimos bancários.

Ainda não há uma previsão de quanto tempo vai demorar para que todos os consertos sejam feitos até que a obra retorne ao estágio em que estava na quarta-feira antes do acidente. O telão, por exemplo, precisa ser arrumado. Haverá reuniões durante o dia para determinar um prazo final.

A indenização dos dois operários mortos também está dentro do seguro. O cálculo do valor a ser pago a seus familiares deve ser feito de acordo com uma previsão do que eles teriam a receber de salários em toda a sua vida. Também há um seguro de vida para os parentes dos operários atingidos.

Ainda haverá uma investigação por parte do Ministério Público e do Ministério do Trabalho e Emprego para saber quais as causas do acidente. E o Sindicato de Trabalhadores de Construção Pesada pede uma perícia policial, com a obra parada, para apurar os reais motivos do acidente. Pelo menos 30% da construção já está interdidata.

Apesar de o seguro cobrir todos os custos do acidente, o Corinthians deve ter que aumentar o seu desembolso para completar a obra. É que a Odebrecht vem discutindo há cerca de quatro meses um contrato aditivo para incluir aumentos nos custos durante a construção do Itaquerão.

A alegação é de que a explosão do dólar afetou o orçamento da obra que tinha preço fixado em R$ 859 milhões. Esse valor deve subir, segundo pessoas envolvidas na negociação, para R$ 900 milhões.

Mas esse montante só será fixado depois de duras conversas entre Odebrecht e Corinthians, que resiste de todas as formas ao crescimento do preço. Ou seja, o acidente ocorreu em um momento em que as partes estavam em pleno atrito por causa do preço final.

A possível liberação de verba do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) também impacta no custo final para o clube, visto que os corintianos estão pagando juros a empresas privadas.


Reprodução Cidade News Itaú

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