O pai do vendedor morto após sair de uma casa noturna na madrugada de domingo na Zona Leste de São Paulo afirmou na manhã desta segunda-feira (25) que os seguranças do Vitrini Show
são responsáveis pela morte do filho.
“Seguranças da boate espancaram e mataram meu filho”, disse Ogival Antônio Nogueira, pai de Ewerton Leandro de Castro Nogueira, 25 anos.
A declaração foi dada durante o velório do corpo do jovem no Cemitério 4ª Parada, no Belém. O enterro aconteceu no início desta tarde em outro cemitério, o da Vila Alpina.
De acordo com o pai de Ewerton, o que o faz acreditar que seu filho foi espancado e assassinado pelos seguranças é a declaração de óbito feita pelo Hospital Municipal do Tatuapé, onde o vendedor foi levado após ser encontrado desacordado do lado de fora da balada, a cerca de 30 metros da entrada da casa. “O atestado é claro: ele foi morto por causa de traumatismo no corpo”, disse Ogival. “Se as testemunhas dizem que meu filho apanhou de seguranças, quem mais poderia ter causado a morte dele senão esses seguranças?”.
Consta na declaração de óbito que a causa da morte de Ewerton foi “choque hemorrágico”, “traumatismo abdominal” e “ruptura hepática”, provocados por “agente contundente”.
Ewerton tinha 25 anos, estava casado e tinha um filho que irá completar 3 anos de idade em dezembro. De acordo com seus parentes, ele estava brigado com a mulher, mas o casal pensava em reatar. Ainda segundo pessoas que estavam no velório, era a segunda vez que o vendedor tinha ido ao Vitrini Show.
Segundo o pai da vítima, seu neto ainda não sabe que Ewerton morreu. “Como vou dizer ao meu neto que o pai dele foi assassinado?”, questiona. Por motivos de saúde, a mãe de Ewerton não foi ao velório. De acordo com o marido, ela está medicada com calmantes.
A Polícia Civil investiga as circunstâncias e procura quem são os assassinos de Ewerton. O caso foi registrado como assassinato de autoria desconhecida no 10º Distrito Policial, Penha. De acordo com informações do boletim de ocorrência, Ewerton estava com três amigos na balada. Eles contaram que frequentadores do camarote jogaram cubos de gelo neles e houve uma discussão, por volta das 3h30 do domingo. Os amigos disseram ainda que viram o vendedor ser levados por seguranças para um quarto da casa noturna. Cerca de uma hora depois, ele foi encontrado do lado de fora, numa vala.
Um dos amigos, um auxiliar de produção de 25 anos, contou à polícia que saiu da balada por volta das 5h e disse ter ouvido de testemunhas que cerca de 15 pessoas agrediram Ewerton. As testemunhas alertaram o auxiliar de que era para ele sair do local para não apanhar também. Também segundo pessoas que estavam no local, uma ambulância chegou ao local, socorreu Ewerton e o levou ao Hospital Tatuapé, onde ele chegou morto.
A Polícia Civil procura imagens de câmeras de segurança para tentar identificar os suspeitos.
Em nota, a casa noturna negou as agressões. "A direção da casa nega veementemente que tenha havido qualquer tipo de agressão por parte da segurança no interior do estabelecimento e se propõe a auxiliar a polícia e todas as investigações", diz o comunicado.
O vendedor não foi a primeira pessoa a morrer depois de sair da casa noturna Vitrini Show. O G1 teve acesso a um boletim de ocorrência de 16 de maio que mostra que duas pessoas se envolveram em discussão dentro da casa e, ao saírem, foram baleadas e mortas.
As duas vítimas anteriores também saíram da casa noturna por volta das 5h e testemunhas contaram que os disparos foram feitos por pessoas em um carro escuro que passou próximo ao estabelecimento, na Avenida Antônio Estevão de Carvalho. No local, foram encontradas seis cápsulas de balas calibre de pistola 380 e um carro com quatro perfurações. Os criminosos, que não foram identificados, fugiram.
Reprodução Cidade News Itaú
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