Uma equipe formada por pesquisadores de 15 universidades norte-americanas, em parceria com o Google e o governo dos Estados
Unidos, lançou nesta quinta-feira (14) um mapa global da extensão florestal, com quantificação de perdas e ganhos no período entre 2000 e 2012. Segundo o levantamento, houve perda de 2,3 milhões de km² e aumento de 800 mil km² de florestas em todo o mundo.
O estudo indica, por exemplo, que a região dos trópicos foi o único domínio de clima a mostrar tendência de perda de florestas de 2.101 km² ao ano. Por outro lado, ocorreu ganho de floresta substancial na zona boreal, nas florestas de coníferas da Eurásia por conta de abandono de agricultura e recuperação florestal depois de incêndios.
O maior aumento no desmatamento ocorreu na Indonésia, que mais do que duplicou sua perda de floresta no período considerado pelo estudo. Em 2012, a taxa de desmate foi de 20 mil km². Outros países que apresentaram altas taxas de desmatamento foram Paraguai, Malásia e Camboja.
Numa comparação regional, as florestas subtropicais foram identificadas como as que têm taxas de mudanças maiores, por conta do uso intensivo de terras florestais. Entre 2000 e 2012, a perturbação da mata subtropical da América do Norte, no sudeste dos Estados Unidos, foi quatro vezes maior do que a das florestas tropicais da América do Sul, com perda de 31% da cobertura.
De acordo com o estudo, a redução do desmatamento documentada no Brasil na última década foi compensada pelo aumento de desmate na Indonésia, Malásia, Paraguai, Bolívia, Zâmbia, Angola e outros países.
O estudo confirma que os esforços brasileiros para reduzir seu desmatamento, que por muito tempo foi o responsável pela maior perda de cobertura tropical, obteve êxito significativo. A queda brasileira de desmatamento foi a maior entre todos os países: de 40 mil km² ao ano no período 2003-2004, a perda de floresta passou para 20 mil km² ao ano em 2010-2011.
“O Brasil usa dados do Ladsat para documentar sua tendência de desmatamento e usou essa informação em sua formulação e implementação de políticas. O país também compartilha esses dados, permitindo que outros acessem e confirmem o sucesso. Esse tipo de dado não é disponível em outras partes do mundo. Agora, com o nosso mapa global de mudança florestal, todas as nações têm acesso a esse tipo de informação” diz Matthew Hansen, professor de Ciências Geográficas da Universidade de Maryland e um dos líderes do estudo, em comunicado divulgado pela instituição.
Segundo seus responsáveis, a nova ferramenta, que será atualizada a cada ano, permite o entendimento das mudanças provocadas pelo homem e pela própria natureza (como queimadas ou tempestades), além das implicações destas mudanças para a biodiversidade, o clima ou a economia.
As áreas com perda elevada de floresta por causa de tempestades foram as florestas temperadas do sul da Suécia, por causa de ciclone extratropical em 2005, e o sudoeste da França, que foi prejudicado por uma tempestade de vento de 2009.
De acordo com os pesquisadores, a base de dados também permite estimar as causas das alterações mapeadas; o estado das florestas remanescentes; o estoque ou a emissão de dióxido de carbono e os efeitos da conservação ou perda de floresta. Seria o primeiro mapa detalhado sobre a mudança da cobertura florestal em escala local e global.
O mapa foi construído a partir de 650 mil imagens do satélite Landsat 7, da Agência Espacial americana (Nasa), que estão disponíveis no arquivo do centro do Earth Resources Observation and Science (EROS). Segundo os pesquisadores, as imagens foram processadas em alguns dias pelo Google Earth, enquanto um computador normal demoraria 15 anos para realizar.
Reprodução Cidade News Itaú
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