Uma quadrilha aplicou dezenas de golpes na cidade de Mossoró se passando por funcionários do Sistema Único de Saúde (SUS).
Durante as últimas semanas de outubro, a Delegacia de Defraudações da cidade recebeu dezenas de denúncias relativas a um grupo que aplicava golpes contra aposentados.
Segundo o delegado de Defraudações de Mossoró, José Vieira de Castro, o grupo realizava visitas nas casas dos idosos, se passando por funcionários do SUS. Eles atuavam com crachás e fardamentos falsos do SUS. Os golpistas afirmavam que estavam realizando o recadastramento do SUS e, para isso, necessitavam do número de cartão de proventos dos aposentados.
A quadrilha dizia que o cartão estava faltando um número e o problema poderia ser resolvido com a senha do cartão. Desatenciosos, os idosos forneciam a senha, o que facilitava os golpes dos estelionatários, que ficavam com os principais dados do cartão.
“Com o cartão e a senha, os golpistas faziam várias ações, como saques e empréstimos consignados em nome dos aposentados. Eles utilizavam da ingenuidade dos idosos, que passavam informações sigilosas. Mas as vítimas foram ingênuas, por isso, é mais desatenção da vítima do que mérito do estelionatário. O SUS nunca pede esse tipo de informação”, explica o delegado.
José Vieira afirma não ter pista das pessoas que formavam a quadrilha, mas acredita que o grupo já deixou a cidade de Mossoró, uma vez que não houve mais denúncias desse golpe nos últimos dias.
“Durante o período de atuação, no final de outubro, tínhamos o registro de mais de dez denúncias por dia. Mas é um crime muito difícil de detectar os criminosos, pois os idosos passaram poucas informações do perfil dos criminosos. Só afirmavam que o fardamento era muito semelhante com o do SUS. Dessa forma, teriam que ser pegos em flagrante, como ainda estamos buscando essa captura”, diz o delegado.
VENDEDORES DE REMÉDIOS
O delegado José Vieira afirmou ainda que houve denúncia de falsos vendedores de remédio, também nas últimas semanas de outubro. O grupo visitava casas, afirmando estar com cobranças de farmácias em que os aposentados haviam feito compras, por isso, iriam cancelar o fornecimento dos medicamentos.
Os familiares dos aposentados se assustavam e realizavam o pagamento, muitas vezes com o aval do próprio idoso, que não se recordava bem dos medicamentos que havia comprado. “Às vezes, o idoso tem problemas de memória e acaba facilitando o golpe, por não se recordar bem das ações que fizera; daí, os falsos vendedores recebiam dinheiro deles”, comenta José Vieira.
O período em que esses golpes foram aplicados é semelhante ao dos falsos funcionários do SUS, mas a Delegacia de Defraudações ainda não sabe se é o mesmo grupo. “Sabemos que é mesmo modos operantes, em que buscava enganar aposentados, abordando em suas residências. Não podemos afirmar ainda que é a mesma quadrilha; estamos investigando”, diz José Vieira.
Reprodução Cidade News Itaú
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