O Cruzeiro está perto de contrariar uma receita que costuma ser apontada como a ideal para se conquistar título: a de que é fundamental manter uma base da temporada anterior. Mesmo com uma
reformulação drástica no elenco, o time celeste superou as expectativas e pode ser campeão com cinco rodadas de antecedência.
Caso vença o Grêmio, domingo, às 17h, no Mineirão, e o Atlético-PR tropece diante do São Paulo em Curitiba, o Cruzeiro conquistará o título do Brasileirão. O time celeste lidera a competição com 13 pontos de vantagem.
Com campanhas ruins nos dois últimos anos – o time chegou a brigar contra o rebaixamento em 2011 e foi apenas um coadjuvante em 2012 –, a diretoria cruzeirense resolveu investir pesado e promoveu uma ampla reformulação no elenco para 2013. Do time considerado titular, apenas o goleiro Fábio, o lateral Ceará, o volante Lucas Silva e o atacante Borges estiveram no grupo do ano passado.
Os outros sete titulares – Bruno Rodrigo, Dedé, Egídio, Nilton, Everton Ribeiro, Ricardo Goulart e Dagoberto – chegaram ao clube celeste nesta temporada. Dos 33 jogadores atuais do elenco celeste, 20 passaram a integrar o grupo no início do ano. Foram 15 contratações e mais cinco atletas que subiram da base.
Além desses jogadores, a diretoria fez outras apostas que não surtiram efeito. O meia Diego Souza, que já foi negociado com o futebol ucraniano, o atacante Ananias, emprestado ao Palmeiras, o zagueiro Nirley, devolvido ao Criciúma, o lateral Leandrinho, emprestado ao Boa Esporte, e o volante Uelliton, cedido ao Coritiba.
A reformulação feita pelo Cruzeiro faz lembrar estratégia adotada pelo Corinthians em 2005, que resultou na conquista do Brasileirão. À época, o time paulista, em parceria com a MSI, fez várias contratações, como Nilmar, Tévez, Mascherano, Roger e Carlos Alberto, entre os mais badalados.
Os números apontam para as dificuldades de um time reformulado obter resultado no mesmo ano. Apenas o Santos de 2004, que sofreu várias mudanças no decorrer da competição, o Corinthians em 2005 e o Flamengo de 2009 obtiveram êxito. Nas outras sete edições os campeões foram times que mantiveram a maior parte do grupo.
O principal deles é o São Paulo tricampeão brasileiro entre 2006 e 2008. O time foi comandado por Muricy Ramalho nas três conquistas e sofreu poucas alterações de uma temporada para a outra. Recentemente a manutenção também tem se mostrado benéfica.
O Fluminense, em 2010, depois de quase ser rebaixado em 2009, conseguiu ser campeão com base do time que se safou da Série B. Já o Corinthians conquistou a taça em 2011 no segundo ano de Tite no comando e com quase o mesmo time do ano anterior. O mesmo aconteceu com o Fluminense de Abel Braga em 2012, também na segunda temporada no comando da equipe.
Mesmo com tantas mudanças de uma temporada para outra, o Cruzeiro deu liga rapidamente e apresentou um futebol envolvente. Apontado por muitos como o principal responsável pelo sucesso da equipe, o técnico Marcelo Oliveira, que assumiu a equipe celeste no início do ano, credita os méritos ao trabalho em conjunto e espera que possa concretizar o título já no domingo.
"É um trabalho coletivo, um trabalho de todos. A diretoria muito atenta, contratando bons jogadores, e o trabalho do dia a dia que é bem consistente. Falta pouco, vamos concentrar esta semana e trabalhar muito para buscar uma nova vitória contra o Grêmio", disse o treinador.
Reprodução Cidade News Itaú
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