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quinta-feira, novembro 07, 2013

Com medo de tremores, família dorme em carroceria de caminhão

Família do agricultor Cícero Avelino, de 60 anos, está dormindo em um caminhão, devido ao medo dos tremores (Foto: Fernanda Zauli)Cícero Avelino, de 60 anos, a mulher, Maria Cavalcanti, de 56, um filho, a nora e três netos dormem na carroceria de um caminhão há oito
dias. Moradores de Pedra Preta, município localizado a 149 km de Natal, eles deixaram de passar a noite dentro de casa por medo dos sucessivos tremores de terra que vêm ocorrendo na cidade. “A gente tem medo da casa desabar e o telhado cair em cima da gente. É uma sensação muito ruim, um medo muito grande. Só sabe quem já sentiu”, conta o agricultor.
A casa da família fica no sítio Toco Preto, na zona rural do município. Para abrigar a família durante a noite, o agricultor improvisou uma cobertura para a carroceria com uma lona. Os sete integrantes da família se dividem em quatro colchões que permanecem no caminhão.
“Toda noite é a mesma coisa: a gente fica dentro de casa até o fim da novela e depois vamos para o caminhão dormir”, diz Maria Cavalcanti, a matriarca da família. “É melhor dormir aqui do que correr o risco da casa desabar na nossa cabeça”, relata o neto de Seu Cícero, Siderlei Bandeira Bezerra, de 12 anos.
Durante o dia a família tenta levar a vida normalmente. As crianças vão para a escola, Cícero segue para a cidade onde presta serviço de frete para a prefeitura e dona Maria cuida da casa. Ela é quem tem mais medo dos tremores. “Eu passo o dia inteiro com a porta aberta porque se precisar correr fica mais fácil. Por mim eu já tinha ido embora daqui. A gente não sabe que horas pode ter um tremor mais forte e Deus nos livre acontecer uma desgraça”, diz.
O quarto do casal, confortável e espaçoso, deve ficar vazio por um bom tempo. “A gente só vai voltar a dormir lá quando alguém disser que não vai ter mais tremor”, diz Cícero.
O pesquisador Joaquim Ferreira, que integra o Laboratório Sismológico da UFRN, explica que a causa dos abalos em Pedra Preta é a formação geológica do estado. "Todo o Rio Grande do Norte está na borda da bacia potiguar que é uma região que é a mais ativa do Brasil. Por isso, acontecem esses tremores", diz.

Família do agricultor Cícero Avelino, de 60 anos, está dormindo em um caminhão, devido ao medo dos tremores (Foto: Fernanda Zauli)

Reprodução Cidade News Itaú

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