O vereador José Paulo Carvalho de Oliveira, o Russo da Autopeças (PT do B-RJ), disse nesta terça-feira (28) que usará a tribuna da Câmara
Municipal de Piraí (sul do Rio de Janeiro), para pedir desculpas por um discurso polêmico que fez no mesmo espaço no início do mês.
No dia 8 de outubro, durante uma sessão comemorativa dos 25 anos da Constituição, Russo, eleito em 2012 para seu primeiro mandato, disse que mendigos não podem votar e deveriam virar ração para peixe, sugerindo que fossem mortos.
"Mendigo não tem que votar, mendigo não faz nada na vida. Aliás, acho que deveria até virar ração pra peixe", afirmou na ocasião.
O vídeo com a sessão foi publicado no perfil da Câmara de Piraí no YouTube no dia 10 de outubro, mas ganhou repercussão apenas nesta terça, quando foi reproduzido em sites de notícias e programas de TV.
O vereador disse à Folha que está arrependido da declaração. "Errei e vou publicamente pedir desculpas. Minha conduta não condiz com aquela fala", afirmou.
Ele contou ter feito o discurso "num momento de emoção por um fato que aconteceu com minha família". "Há uns 15 anos, não me lembro direito porque não gosto nem de pensar nisso, meu irmão acolheu uma família de andarilhos. Seis meses depois, eles o mataram", relatou.
Russo disse pensar "totalmente o contrário" do que expressou na Câmara. No vídeo, ele afirmava que se recusa a ajudar pedintes: "Eu não dou nada para mendigo, não adianta me pedir que eu não dou. Tem que trabalhar".
Agora, ele declara ser solidário. "Ajudo no que posso, faço tudo. Ajudo no anonimato, sem medir quanto, quando", disse, sem dar detalhes.
O vereador, no entanto, mantém algumas das opiniões do discurso, como a proibição do voto. "As pessoas que têm que votar são as pessoas que trabalham. Quem não fez nada não tem que votar, independente de ser mendigo ou outra classe social. Quem não faz nada pelo país não tem que opinar", conclui.
No vídeo, ele também disse ser favorável à pena de morte. "Quando acabaram com a pena de morte, eu achei uma pena isso. Deveria haver pena de morte. 'Ah, vai matar inocente'. Não vai. Ainda que matasse, ia morrer muito menos inocente do que morre hoje, porque se um bandido soubesse que ele ia ser morto, com certeza ele ia pensar mais um pouquinho antes de fazer as coisas", discursou.
Ele citou o traficante Fernandinho Beira-Mar como um exemplo de pessoa que "já era pra ter tomado um tiro na testa há muito tempo".
Assim como no caso do direito ao voto, Russo mantém o apoio à pena de morte. "Vivemos numa prisão enquanto os bandidos estão soltos", disse.
Reprodução Cidade News Itaú
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