Um delegado de polícia foi preso pela Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP) durante a operação "Tribunal de Rua", realizada na manhã desta quarta-feira (9), para desarticular uma organização criminosa envolvendo policiais no estado. Outros seis policiais e um ex-PM também foram presos.
De acordo com o secretário de Segurança Pública, coronel Paulo Roberto Vital, as investigações duraram cerca de cinco meses e tiveram início a partir de denúncias de pessoas que são vítimas do grupo. Segundo o secretário, as detenções ocorreram nas casas dos policiais, nas zonas Norte e Leste da capital.
Entre os presos, segundo a Secretaria de Segurança Pública, estão o delegado da Polícia Civil do Amazonas Oscar Cardoso, que coordenava a Força Tática (FT); um cabo e um sargento da FT, além de quatro soldados e um ex-policial militar. Segundo as investigações, o delegado utilizava a estrutura da polícia para fazer abordagens e extorquir as vítimas. Toda a ação contava com o apoio dos outros envolvidos.
"Estamos ouvindo essas pessoas, tantos os suspeitos quanto testemunhas e vítimas, e caberá à Justiça absolvê-los ou condená-los. Os policiais suspeitos foram afastados automaticamente dos seus postos para que possam responder a esses processos", destacou o coronel Vital.
O secretário explicou que a polícia montou um esquema para acompanhar a rotina dos suspeitos. A ação, segundo ele, teve diversos desdobramentos e interceptações autorizadas pela Justiça do Amazonas.
Na casa dos policiais, foram apreendidos 26 celulares, sete pistolas, 211 munições intactas, duas máquinas fotográficas, além de cinco carros, entre eles um com placa falsa, um computador, 10 pendrives, dois chips de celular, coletes balísticos e mais de R$ 1 mil em notas falsas.
Os suspeitos vão responder processo criminal por extorsão mediante sequestro, tráfico e associação para o tráfico de drogas. O delegado de polícia vai ficar detido na sede da Delegacia Geral, enquanto aguarda por julgamento. Os demais presos vão ser levados para o Batalhão de Guarda da Polícia Militar, localizado no bairro Monte das Oliveiras, na Zona Norte.
De acordo com o secretário-adjunto de Inteligência, Thomas Vasconcelos, o nome da Operação faz alusão a uma música de um grupo brasileiro, que trata da prática criminosa de extorsão feita por policiais no Rio de Janeiro. "Aqui, eles abordavam as pessoas em todas as zonas da cidade e recolhiam dinheiro para que elas e as drogas fossem liberadas", disse. Ele descartou o envolvimento de mais policiais no esquema.
Reprodução Cidade News Itaú
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