Começou neste domingo (6), por volta das 10h, a linha de transmissão em 500 kV entre a usina de Itaipu, em Hernandárias, no Paraguai , e a subestação de Villa Hayes, na vizinha à capital Assunção. Última etapa de testes de confiabilidade, a linha de transmissão deve entrar em operação normal em 30 dias. A inauguração deve ser um dos temas do encontro entre a presidente Dilma Rousseff e o mandatário paraguaio Horácio Cartes, em Brasília, no início de novembro.
De acordo com a assessoria da Usina de Itaipu, o sistema de 500 kV, entre a subestação da margem direita de Itaipu, em Hermandárias, inclui 348 km de linhas de transmissão e 759 torres para levar a energia gerada na usina até a capital do Paraguai. Com o novo sistema, a capacidade do país vizinho de aproveitamento será aumentada em 1,2 mil megawatts (MW), o equivalente à demanda de energia somada dos estados do Amazonas, Rondônia, Roraima e Tocantins.
O uso da energia será feita gradativamente. Dos 1,2 MW, por exemplo, o Paraguai deverá usar entre 250 e 300 MW a partir deste domingo. Atualmente, a demanda do mercado paraguaio de energia elétrica, em horário de pico, gira em torno de 2,5 mil MW.
Apesar de contar com um grande parque gerador, de acordo com a Itaipu, o Paraguai utiliza pouco da energia que tem direito. Com a nova linha de transmissão em 500 kV, o país vizinho poderá dobrar o aproveitamento. Com isso, os problemas com apagões, que acontecem, sobretudo, no período do verão, deve ser resolvido.
A entrada em operação deste sistema representará um salto para a economia do Paraguai, hoje essencialmente agrícola. Com mais energia assegurada, o país espera atrair grandes investimentos na indústria, em especial de investidores brasileiros. A segurança energética tem sido uma das bandeiras dos últimos presidentes paraguaios como Fernando Lugo – em cujo governo se acordou a construção da nova linha – e Federico Franco. O próximo passo será a reestruturação do sistema de distribuição de energia.
No total, a ampliação da subestação da margem direita, a instalação das linhas de transmissão e a construção da subestação de Villa Hayes, além dos custos com projetos e apoio técnico, tiveram um investimento de cerca de US$ 320 milhões, pagos com recursos do Fundo para a Convergência Estrutural do Mercosul (Focem). A maior parte dos investimentos foi repassada pelo Brasil.
Atualmente, a usina de Itaipu é a maior hidrelétrica do mundo em geração de energia. Com 20 unidades geradoras e 14 mil MW de potências instalada, forneceu 17,3 % da energia consumida no Brasil, em 2012, e atendeu 72,5% do consumo paraguaio.
Reprodução Cidade News Itaú
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