Ainda que o ONS (Operador Nacional do Sistema) preveja uma economia de cerca de R$ 400 milhões com o horário de verão 2013/2014, previsto para começar a partir da 0h deste domingo (20) nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, a medida não deve ter efeitos significativos no bolso do consumidor. É o que afirma Reinaldo Castro Souza, professor do Departamento de Engenharia Elétrica do Centro Técnico Científico da PUC-Rio (Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro).
Quando há ganhos para o consumidor, segundo ele, não passa de 1% do valor da conta de energia elétrica. "As reduções no consumo são mínimas, já que, mesmo que um pouco mais tarde, as lâmpadas vão continuar sendo acendidas. O uso do chuveiro geralmente passa para a posição verão que consome menos energia. Ainda assim usa-se mais o ar condicionado", explica o especialista.
A AES Eletropaulo, concessionária de energia elétrica de 24 municípios de São Paulo, afirma ser possível ter reduções mais significativas mediante algumas precauções. A recomendação inclui fechar o chuveiro enquanto ensaboa o corpo, trocar as lâmpadas incandescentes por fluorescentes, que gastam 60% menos energia que uma incandescente, trocar o monitor do computador por modelos LCD e não deixar aparelhos eletrônicos em stand-by [função que utiliza cerca de 15% a 40% de energia].
Os consumidores devem ainda, segundo a Eletropaulo, evitar colocar geladeiras ou freezers próximos ao fogão, já que acabam utilizando mais energia elétrica para compensar o ganho de temperatura. Roupas ou tênis também não devem ser colocados para secar atrás dos refrigeradores.
Para Alexandre Reis, engenheiro eletricista da Gerência de Desenvolvimento de Estudos da Furnas --empresa de geração e transmissão de energia--, quando se fala em uso racional da energia, os principais itens a serem considerados são a iluminação, aquecimento e climatização de ar-condicionado. "Medidas simples como a troca de luminárias, mudança da posição do chuveiro elétrico de 'inverno' para 'verão' podem proporcionar um resultado significativo", cita ele, que afirma que a "energia mais barata para o nosso bolso e menos agressiva ao meio ambiente é aquela que não desperdiçamos."
A sugestão de Reis é que os consumidores substituam os condicionadores de ar, os aparelhos que mais consumem energia, por circulares de ar. Enquanto o primeiro chega a gastar em média 240 kWh por mês se permanecer ligado oito horas por dia, o segundo consome em média 24 kWh, ou seja, dez vezes menos.
Edição 2012/2013
Com o horário de verão, que vai vigorar até o dia 16 de fevereiro de 2014, moradores de 10 Estados brasileiros [Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, São Paulo, Espírito Santo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás], além do Distrito Federal, devem adiantar os relógios em uma hora.
Tocantins, que aderiu ao horário na edição anterior, e Bahia, que também já adotou a medida em anos anteriores, decidiram não mais mexer nos relógios. "O ganho nessas regiões é mínimo e não compensa os desgastes da mudança, tampouco a insatisfação da população", explica Souza. Mas, a exclusão desses dois Estados, segundo ele, não traz nenhum prejuízo à medida, que é adotada no Brasil desde 1931 como forma de economizar energia.
Com uma hora a mais de luz natural, a demanda no horário de pico [18h30 a 21h] deve diminuir 4,6% no subsistema Sudeste/Centro-Oeste e 5,0% no subsistema Sul, conforme previsão do ONS.
Por conta de um decreto presidencial, desde 2008 foram estabelecidas datas fixas para início e término do horário de verão. Até então, publicava-se um decreto para definição do período da mudança.
Com o decreto, todos os anos o horário tem início no terceiro domingo de outubro e termina no terceiro domingo de fevereiro. E caso a data coincida com o domingo de Carnaval, o fim do horário de verão acaba sendo transferido para o domingo seguinte.
Reprodução Cidade News Itaú
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