Desde 30 de julho internado no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, Antônio César Victorio, de 54 anos, teve a perna esquerda amputada na última sexta-feira (4). Quando Quézia Pereira Victorio, filha do lanterneiro, foi visitar o pai após a cirurgia, veio a constatação: os médicos tinham amputado a perna errada do paciente. A assessoria de imprensa do Pedro Ernesto informou que o hospital vai abrir sindicância para apurar o caso.
Morador de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, Antônio é diabético e tem deficiência renal crônica. Ele fazia tratamento por quatro anos quando soube que precisaria remover a perna direita. De acordo com a família, para reparar o erro de ter retirado a perna errada, os médicos acabaram também amputando a que realmente precisava ser removida, deixando o paciente sem as duas pernas.
“Eu fiquei revoltada porque eu estou terminando o meu estágio, sou técnica de enfermagem e já ouvi muito falarem nesses casos. Nunca imaginei que fosse acontecer comigo. Eu não sabia o que fazer, fiquei sem chão. Quando eu disse que tinham amputado a perna errada, o médico me tirou da enfermaria e pediu pra eu esperar do lado de fora. Depois de duas horas ele disse que tinha acontecido o erro, pediu mil desculpas, e disse que teria que tirar o foco principal da infecção”, contou Quézia.
Ação na Justiça
Por falta de recursos, a família de Antônio não pretende transferir o paciente para outro hospital, mas pretende entrar na Justiça contra o estado por erro médico. Antônio César ainda está sob efeito da anestesia e ainda não sabe que está sem as duas pernas.
“Nós vamos entrar na Justiça. Até agora ninguém se manifestou, o diretor do hospital não entrou em contato comigo. Ele estava internado no setor de nefrologia. Ontem [domingo] fomos fazer uma visita e não deixaram ninguém subir. Só a minha mãe conseguiu subir depois de muita insistência”, disse Quézia.
Hospital vai investigar
A Coordenação de Assistência Médica do Hospital Universitário Pedro Ernesto informou que o paciente apresentava “infecção em ambos os membros inferiores, mais proeminente à esquerda.” As pernas do lanterneiro serão analisadas no Instituto Médico Legal (IML).
Por meio de nota, a direção do hospital disse que irá apurar formalmente as circunstâncias que deram ensejo ao procedimento através de processo administrativo específico. Eles também afirmaram que relatórios detalhados foram solicitados aos serviços envolvidos.
Reprodução Cidade News Itaú
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