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segunda-feira, setembro 02, 2013

PMDB rompe com Rosalba, mas libera aliança com o DEM nos municípios

Henrique oficializa rompimento
Após cerca de duas horas de discussão interna, o PMDB potiguar anunciou afastamento do governo Rosalba Ciarlini (DEM).

A decisão foi comunicada em entrevista coletiva concedida pelo presidente estadual da sigla, Henrique Alves, que também preside a Câmara dos Deputados. 
De acordo com Henrique Alves, a decisão será explicada a prefeitos, vice-prefeitos e vereadores na próxima semana. Ele garantiu de antemão que a medida não afetará alianças do PMDB com o DEM em nível municipal e isso inclui Mossoró. "A decisão é em nível estadual. Não afeta os municípios. Os diretórios têm autonomia para se aliar a DEM, PT ou qualquer outra legenda. Isso não afeta as alianças municipais. Isso não afeta a autonomia do partido nos municípios", acrescentou.
Na coletiva, o termo rompimento foi tratado como um tabu. Henrique preferiu usar termos como "afastamento do projeto político e pessoal da governadora" ou "adotar uma posição de independência".
Em seguida, Henrique deu o tom do que justificaria tamanha cautela em relação ao governo. "Ela sempre teve um tratamento respeitoso e carinhoso com todos nós, mas a maneira como ela trata a política não foi possível realizar esse projeto com essa aliança", explicou tentando indicar que questões de ordem pessoal não influenciaram na decisão.
Sobre a possibilidade de outros partidos seguirem o PMDB, Henrique declarou não ser da alçada dele abordar essa questão. "Não cobraremos nada de nenhum dos partidos aliados. Esse é um caminho do PMDB", acrescentou. Espera-se que PR, PMN e PSDB também deixem a aliança com o DEM.
Sobre as eleições, Henrique disse que o PMDB está aberto ao diálogo com as legendas de oposição e até mesmo o DEM via o senador José Agripino. "Vamos dialogar com todos os partidos", garantiu.
Ele acrescentou que isso também vale para a chapa proporcional. "Tenho tido conversas informais com vários partidos sobre a proporcional, mas nada é definitivo", disse.
O presidente do PMDB estadual também indicou que o rompimento de ontem não terá efeitos em questões administrativas. "O que o Estado precisar contará 100% com o meu esforço e o do ministro Garibaldi", concluiu.

Garibaldi Filho se diz triste com situação do Rio Grande do Norte

Ministro da Previdência Social, Garibaldi Filho disse estar triste com o que está acontecendo no governo Rosalba Ciarlini.
Ele deu a entender que não esperava que isso fosse acontecer justamente com a candidata que lutou tanto para ter o apoio do partido nas eleições de 2010. "Infelizmente isso aconteceu com a candidata que nós apoiamos. Não estou feliz com o que está acontecendo no Rio Grande do Norte", acrescentou.
O ministro disse que não dava mais para esperar para o PMDB decidir se ficava ou não aliado do governo Rosalba. 
Para o líder peemedebista era preciso tomar uma decisão. "Mas nós não podemos de maneira nenhuma pensar na possibilidade de ficarmos de braços cruzados. Nós temos que agir", destacou.
Foi Garibaldi o primeiro nome do PMDB a defender o apoio do partido a ela nas eleições de 2010. Ele não conseguiu fazer isso levando a sigla à divisão naquele pleito com a outra parte no palanque do então governador Iberê Ferreira de Souza (PSB).
Por ironia foi o mesmo Garibaldi a defender o rompimento quando todo o PMDB estava unido em torno do governo Rosalba. Além do ministro, o filho dele, o deputado estadual Walter Alves também foi um dos primeiros a defender a ruptura.
A crise entre PMDB e Rosalba começou em 2011 quando foi quebrado o acordo para que Walter comandasse a Assembleia Legislativa no biênio 2013/14.
Tanto Garibaldi como Walter são cotados para disputar o governo no próximo ano.

Nélter Queiroz cobra  rompimento do PR

Membro da executiva estadual do PMDB, o deputado estadual Nélter Queiroz participou da reunião ocorrida ontem, na sede do partido, em Natal, onde foi decretado oficialmente o rompimento político com a governadora Rosalba Ciarlini (DEM).
O deputado disse esperar que o PR siga o PMDB na decisão. "Não podemos aceitar que o PR fique na base do governo e depois, perto da campanha, venha para o palanque do PMDB, isso vai contaminar o nosso partido", destacou.
"Finalmente o partido ouviu a voz das lideranças de todo o Estado, inclusive a nossa, e anunciou a decisão de romper com a governadora Rosalba Ciarlini, pelo modelo administrativo que frustrou o povo potiguar", comentou Nélter.
O peemedebista, único com mandato do Seridó a participar da reunião, defendeu a tese de candidatura própria, bem como externou uma opinião que obteve consenso: "Em 2014, o PMDB não deverá aceitar fazer aliança com nenhum partido que esteja aliado à governadora Rosalba, para não correr o risco da contaminação".

Henrique Alves confirma candidatura própria

Outra decisão tomada ontem pela executiva estadual do PMDB foi a de ter candidatura própria ao Governo do Estado.
O argumento é de que chegou o momento da legenda ir para a disputa principal em nível estadual nas eleições de 2014. "O partido declara que em razão da sua força e da sua responsabilidade com as suas lideranças, vai lutar pela construção de uma candidatura própria", afirmou.
Henrique anunciou que o PMDB formará um grupo de trabalho para discutir um projeto para o Rio Grande do Norte. "Essa não é hora de buscar nomes, mas de buscar a unidade do PMDB. Vamos buscar a unidade do PMDB em busca de um projeto possível e real", acrescentou.
Outra hipótese levantada por Henrique é no sentido de o partido ter como candidato ao governo um nome de fora da política partidária. "Pode ser um nome da política ou fora da política", frisou.

Reprodução Cidade News Itaú

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