Em Mossoró, é comum ver motociclistas embaixo de árvores enquanto esperam o semáforo abrir. Outra cena que faz parte do cotidiano mossoroense é ver as pessoas se refrescando com sorvetes, entre outros produtos. As altas temperaturas da cidade fazem com que os mossoroenses precisem achar alternativas para conseguir amenizar os efeitos do calor. Uma dessas alternativas é o plantio de árvores.
Pesquisa apresentada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) indica que uma cidade arborizada pode ter uma diminuição de temperatura de até oito graus centígrados. Os estudos destacam a importância das árvores e sua manutenção em ambientes públicos para a qualidade de vida dos habitantes. Mossoró possui, desde 2006, um Plano Municipal de Arborização Urbana que contém diretrizes, ferramentas e instrumentos que norteiam o plantio.
"É notório que a área sombreada reduz o desconforto climático. Em Mossoró, especialmente, por ser um município do semiárido nordestino, é importante a valorização de áreas verdes. Dentro do Plano Municipal de Arborização Urbana são desenvolvidos quatro programas: arborização de ruas e avenidas, doação de mudas, arborização participativa e recomposição de mata ciliar", elenca Mairton França, subsecretário municipal da Gestão Ambiental.
Dentro do programa de arborização de ruas e avenidas são plantadas árvores em canteiros centrais, praças e implantação de outras áreas verdes. "É feito um planejamento anual do que precisa ser refeito e somente são plantadas em áreas em que podemos aguar, seja de forma manual ou por meio de carro-pipa", explica o subsecretário.
Já no projeto de doação de mudas, por ano, são doadas até três mudas de árvores frutíferas e medicinais por pessoa residente em Mossoró. O programa tem como objetivo o plantio de árvores em pomares e em quintais das casas. O projeto de arborização participativa é desenvolvido a partir de demandas de comunidades.
"São realizadas palestras nesses locais para promover a discussão sobre a melhor forma de plantio. A manutenção é feita pela própria comunidade. Esse projeto é desenvolvido em escolas, órgãos públicos, conselhos comunitários e até mesmo empresas", esclarece.
O programa de recomposição da mata ciliar depende de parcerias com outras instituições como Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Meio Ambiente (Idema), Ministério Público do Rio Grande do Norte (MP/RN) e universidades. "Esse projeto anda mais devagar em virtude dessa dependência. Com o Idema e MP já desenvolvemos o 'Margem Viva' com o plantio de mudas. Já com as universidades é feita até mesmo a produção de mudas", afirma Mairton França.
Subsecretaria tem meta de plantar 150 mil mudas até 2015
Desde a implantação do Plano Municipal de Arborização Urbana já foram plantadas 135 mil mudas na cidade. A meta da Subsecretaria Municipal da Gestão Ambiental é chegar a 150 mil mudas até 2015.
"Claro que há um percentual de perdas dessas mudas por fatores sociais e ambientais. Dentre os sociais, destaco o vandalismo. Muitos passam e quebram ou danificam as árvores. Já entre as questões ambientais estão as próprias características locais como a falta de chuva que faz com que as sementes não germinem ou ainda depois de germinadas que elas sequem. Em Mossoró, o percentual de perdas está em 30%, o que pode ser considerado normal", apresenta o subsecretário.
Ainda segundo Mairton França, a Engenharia Florestal da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa) desenvolve uma pesquisa com relação à arborização da cidade. "Já existe mais área sombreada no município, o que acaba interferindo na temperatura local", destaca.
O subsecretário também detalha as mudanças das técnicas de poda como uma forma de preservação. "A poda hoje só é feita para permitir a acessibilidade e para que os galhos fiquem longe dos fios de alta tensão. Antes isso era feito por motivos estéticos", comenta.
Reprodução Cidade News Itaú
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