O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta segunda-feira (9) que a Síria pode evitar um ataque do Exército norte-americano ao país caso entregue seu arsenal químico ao controle internacional, como propôs a Rússia.
"Sim, é possível, se isso realmente acontecer [entrega do arsenal]", afirmou Obama à CNN, em uma das entrevistas concedidas hoje a seis canais de TV americanos. O presidente lembrou, porém, que os EUA vêm pedindo que o país do Oriente Médio faça isso há cerca de dois anos, sem que nada tenha acontecido nesse sentido.
"É possível que tenhamos um avanço, mas teremos que acompanhar. Não queremos simplesmente um atraso ou uma tática que adie a pressão que temos sobre eles", completou.
À Fox News, Obama reiterou que está aberto a negociações. "Vamos prosseguir neste caminho diplomático. Espero sinceramente que isso possa ser resolvido de uma forma não militar", afirmou.
À NBC, Obama afirmou que a proposta da Rússia de trabalhar com a Síria é positiva, mas deve ser tratada com ceticismo.
"Eu acho que, inicialmente, é preciso considerá-la com um pouco de ceticismo", disse Obama no programa "NBC Nightly News". "Isso representa um desdobramento potencialmente positivo", continuou o presidente, acrescentando que o secretário de Estado, John Kerry, vai explorar com a Rússia quão séria é a oferta.
A ofensiva na mídia foi uma tentativa de convencer os indecisos no Congresso e a opinião pública da necessidade de uma intervenção na Síria, em resposta a um suposto ataque químico que matou mais de 1.400 pessoas no dia 21 de agosto.
"Esse arsenal de armas químicas é uma ameaça a todas as nações e, em particular, aos Estados Unidos", disse Obama.
Pesquisa
A oposição da opinião pública a uma ação militar contra a Síria continua crescendo, segundo pesquisa Reuters/Ipsos divulgada hoje, mostrando a dificuldade que Obama terá para realizar o ataque, como punição pelo suposto uso de armas químicas contra civis no país árabe.
O percentual de entrevistados que se opõem ao ataque subiu de 53% na pesquisa encerrada em 30 de agosto para 63% no levantamento de 5 a 9 de setembro. O apoio à ação caiu de 20% para 16%.
Mesmo que fique provado que o governo de Bashar Assad usou gás sarin, apenas 26% dos norte-americanos são favoráveis ao envolvimento militar dos EUA na guerra civil síria. O apoio ao envolvimento nessa circunstância subiu de 44% para 52%. A pesquisa Reuters/Ipsos ouviu 1.450 norte-americanos. O intervalo de credibilidade, semelhante a uma margem de erro, é de 2,9 pontos percentuais.
Reprodução Cidade News Itaú
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