Denúncias de que os cães farejadores e de patrulhamento da Polícia Militar estariam sofrendo maus-tratos, principalmente a falta de alimentação em horários e quantidades adequadas, motivaram a Promotoria do Meio Ambiente a instaurar inquérito civil público contra a corporação. Na ação, o órgão requisita vistoria do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) às instalações da Companhia de Policiamento com Cães (CPCães), na zona Norte de Natal, para averiguação do caso.
Segundo a promotora do Meio Ambiente, Rossana Sudário, o órgão já estava investigando a situação dos cavalos da Polícia Militar, quando recebeu denúncias anônimas de que os cães também estariam sendo submetidos a uma alimentação inadequada, o que poderia prejudicar não apenas o rendimento dos animais nas ações policiais, mas principalmente, comprometer a saúde deles.
“Recebemos algumas denúncias e, como atuamos na defesa da fauna, temos por obrigação investigar a situação em que esses animais estão sendo tratados e mantidos. Por isso, solicitei ao Conselho de Veterinária que fizesse uma vistoria para analisar a saúde e o alojamento onde os animais são mantidos para averiguar se realmente o teor das denúncias é verdadeiro ou não. Por enquanto, estou aguardando a resposta do órgão”, explicou a promotora.
Rossana disse que determinou prazo de 30 dias para que o CRMV envie relatório sobre a situação encontrada pelos veterinários e, se for vista alguma irregularidade, sugestões de medidas que podem ser adotadas para melhorar a situação.
Ela falou também que, caso sejam confirmadas as denúncias, a diretoria da Polícia Militar será chamada pelo Ministério Público para explicar o que estaria ocasionando o problema e o que faria para resolvê-lo o mais breve possível, já que se trata da saúde dos cães. “O parecer oficial do conselho é essencial para que possamos saber a real situação dos animais e o que fazer, caso sejam confirmadas as denúncias. Por enquanto, vamos aguardá-lo”, afirmou.
22 cães da corporação participaram do Desfile de 7 de Setembro
Questionado sobre as denúncias, o comandante geral da Polícia Militar, coronel Francisco Canindé de Araújo Silva disse desconhecer situações como a denunciada ao Ministério Público e afirmou que cada um dos 22 cães, de cinco raças diferentes, são cuidados por um policial treinador, que é responsável pelo animal.
“Todos são bem tratados, recebem alimentação fornecida pela própria PM e estão bem nutridos, como a população pode comprovar durante o desfile do 7 de Setembro, no sábado passado, quando todos os 22 cachorros da corporação participaram do evento. O alojamento deles também é adequado para eles, por isso, vou aguardar a notificação do MP para apresentar o material que for necessário para comprovar que essas denúncias são infundadas”, explicou o comandante Araújo.
Os cães da CPCães, que é subordinada ao Batalhão de Polícia de Choque (BP Choque), são divididos entre animais farejadores, das raças pastor alemão belga, pastor alemão pelagem cinza e labradores e os cães de patrulhamento, das raças rottweiler e pastor alemão, conforme o tenente da companhia, Anderson Lima. Ele também enfatizou que cada treinador cuida dos seus animais como se fossem “filhos”.
Cavalos do Policiamento Montado também foram alvo de investigação
A promotora Rossana Sudário disse que as denúncias de falta de alimentação para os cães da Polícia Militar surgiram pouco tempo depois de iniciada as investigações sobre o mesmo problema, envolvendo os cavalos do Comando do Regimento de Policiamento Montado (CRpom), também situado na zona Norte de Natal.
Ela disse que, na ocasião, foi constatado que alguns animais estavam magros, entretanto, os veterinários responsáveis pela vistoria explicou que o fato poderia estar relacionado a outras situações, sem ser falta de alimentos. “Poderia ser um aspecto do próprio animal e do seu organismo. Por isso, é tão importante que seja feita uma vistoria por parte de profissionais especializados, para que não ocorram mal-entendidos”, explicou.
Conforme o comandante do CRpom, major Dimas Vicente da Silva, afirmou na época, houve um problema no provimento do capim fenado pelos fornecedores devido às fortes chuvas, que dificultaram a colheita e que o problema não ocasionou a falta de alimento para os animais, e sim apenas uma redução. Durante seis dias houve redução e depois a situação foi normalizada, mas não trouxe nenhum prejuízo aos animais”, disse.
Reprodução Cidade News Itaú
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