Uma proposta do governo federal que deve ser apresentada nesta semana à presidente Dilma Rousseff prevê reabrir para voos da aviação regular de passageiros a segunda pista do aeroporto de Congonhas (zona sul de SP).
A pista está fechada para esse tipo de operação desde que um voo da TAM explodiu depois de tentar aterrissar em Congonhas, em 2007; na ocasião, 199 pessoas morreram.
Obtida pela Folha, a proposta quer aumentar em quatro voos por hora, ou 68 por dia, o movimento de aviação regular (oferecida por TAM, Gol, Avianca e Azul).
Desses quatro voos a mais, dois seriam na pista principal e dois na outra, auxiliar.
O número de voos de aviação regular no local está congelado também desde o desastre com o avião da TAM. São 30 voos por hora, que a proposta quer elevar para 34.
O governo estima que essa medida resulte em 1,5 milhão de passageiros a mais por ano em Congonhas, o que faria o terminal de passageiros exceder a capacidade.
O terminal, terceiro maior do país, pode abrigar 17 milhões de passageiros por ano. Em 2012, recebeu quase isso, 16,775 milhões, de acordo com dados da Infraero, estatal que o administra.
Elaborada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e pela Secretaria de Aviação Civil, a proposta ainda depende de aval da presidente Dilma Rousseff.
Derrubar a restrição ao aumento de voos regulares em Congonhas é uma demanda das companhias aéreas, em especial Azul e Avianca, que querem parte do espaço hoje dominado por TAM e Gol.
A liberação de voos comerciais na segunda pista, aliás, atende a ambas: entre os modelos capazes de operar sem restrições nessa pista estão justamente os da frota da Azul (ATR-42 e 72 e jatos Embraer) e da Avianca (Airbus A318 e Fokker-100).
PARTICULARES
O plano do governo também revê a alteração do movimento de aviões particulares e de táxis aéreos. Hoje esses aviões têm autorização para pousar ou decolar quatro vezes a cada hora, todos na pista auxiliar.
Agora, terão direito a seis movimentos por hora em Congonhas -quatro na pista principal e dois na auxiliar.
AVALIAÇÃO
No governo, o entendimento é o de que existe espaço para reduzir as restrições vigentes no aeroporto desde 2007. Isso porque a proposta fala em 34 voos comerciais por hora, número inferior à capacidade do aeroporto de receber aviões comerciais.
Em maio, um relatório do Decea (Departamento de Controle do Espaço Aéreo), da Aeronáutica, apontou que Congonhas comporta até 38 voos regulares por hora.
A intenção do governo é redistribuir os "slots" fixos (autorizações para pouso ou decolagem) para estimular companhias regionais a competir com as grandes e reduzir o valor das passagens.
Técnicos da Anac sustentam que a mudança não implica ampliação do número de voos em Congonhas, pois o aeroporto tem uma média de operação superior aos 40 movimentos/hora, motivado pelo pouso e decolagem de aviões particulares.
Reprodução Cidade News Itaú
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