Os períodos de seca que atingem periodicamente o Nordeste brasileiro, como o que ocorreu em 2013, acabam reduzindo a produção e a capacidade de investimento, aumentam o nível de endividamento dos produtores e mantêm em baixa os níveis de produtividade agrícola na região. O assunto foi debatido durante a realização do seminário Integra Brasil – Fórum Nordeste no Brasil e no Mundo, que acontece no Centro de Eventos do Ceará (CEC), entre os dias 27 e 29.
Para os participantes do painel “Reorientação da Economia Nordestina”, plano estratégico no País para evitar os efeitos da seca, que é um fenômeno previsível na região, poderia minimizar a situação para que o sistema produtivo nordestino e, consequentemente, brasileiro, não continue tão desestruturado como é hoje.
O economista e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Armando Avena, disse que o que o produtor rural perde num ano de seca ele levará cinco anos para recuperar.
“O que o agricultor perde numa seca em investimento, ele só recupera isso depois de cinco anos. É um problema que traz um prejuízo enorme ao Nordeste, sendo um dos motivos que atrapalham a aproximação da região de outras áreas do País em termos de crescimento econômico”, afirmou durante sua participação no evento.
Ele disse ainda que as obras de infraestrutura com capacidade para minimizar os efeitos da seca devem ser agilizadas e vistas pelo governo federal. A transposição do Rio São Francisco é exemplo de uma obra importante. Além da transposição, ele diz ainda que se faz necessário um novo projeto, com o uso de modernas tecnologias que permitam a armazenagem de água durante o período de chuvas.
Nordeste registra queda na produção agropecuária
Os dados apresentados durante a realização do seminário Integra Brasil – Fórum Nordeste no Brasil e no Mundo – revelam que a participação do Nordeste na produção agropecuária nacional foi reduzida ao longo dos anos nos últimos anos, saindo de 18,3%, em 1970, para 14,7%, em 2010.
A produção de grãos, por exemplo, caiu de 12,3% para 8,1% em igual período. Por sua vez, o efetivo bovino saiu de 17,6% para 13,7%, enquanto a ocupação pessoal passou de 43% para 41%.
Mesmo com o crescimento e inclusão social no Nordeste, mas num ritmo inferior ao necessário para reduzir as desigualdades entre as regiões – que também estão ligadas a fatores como manutenção do hiato educacional, processo de desregionalização das políticas públicas com a inexistência de política nacional de desenvolvimento regional, o que gera a "guerra fiscal" – é crescente o processo de reconcentração dos recursos públicos da União no Sul e Sudeste.
Reprodução Cidade News Itaú
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!