O papa emérito Bento 16 negou que tenha encoberto os casos de pedofilia na Igreja Católica durante quase oito anos em que comandou o Vaticano. Em seu pontificado, surgiram as denúncias mais sérias de padres que abusavam sexualmente de crianças e adolescentes.
A declaração foi publicada nesta terça-feira pelo jornal italiano "La Repubblica" e está em uma carta destinada ao matemático Piergorgio Odifreddi, que publicou um livro sobre o pontífice. A data da correspondência não foi divulgada, mas é o primeiro pronunciamento do papa publicado após sua renúncia, em fevereiro..
Bento 16 manifestou sua sua "profunda consternação" pelos casos de abusos sexuais contra menores cometidos dentro da Igreja e afirmou que nunca os acobertou.
"O fato de o poder do mal penetrar até este ponto no mundo interior da fé é para nós um sofrimento que, por um lado, não podemos suportar, e por outro, nos obriga a fazer todo o possível para que incidentes deste tipo não voltem a se repetir".
Durante o pontificado de Bento 16, o Vaticano afirmou que o papa decretou tolerância zero aos casos de pedofilia na Igreja Católica. No entanto, o período foi o que teve o maior número de denúncias em todo o mundo, especialmente nos Estados Unidos.
"Se não é lícito se calar ante o mal dentro da Igreja, também não é se calar sobre o grande rastro luminoso da bondade e da pureza que a fé cristã deixou atrás de si ao longo dos séculos".
O papa emérito foi acusado por grupos de vítimas de pedofilia de religiosos de tentar encobrir os abusos a crianças em seu pontificado e também no período em que atuava em outras áreas do Vaticano, durante o pontificado de João Paulo 2º.
Os primeiros casos de pedofilia que provocaram a crise no Vaticano foram publicados em 2002, nos Estados Unidos. Desde então, diversas outras acusações foram reveladas em diversos países. O escândalo sexual, aliado com as denúncias de corrupção no Vaticano, pressionou todo o pontificado de Bento 16.
Reprodução Cidade News Itaú
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