Páginas

sexta-feira, setembro 06, 2013

Dois meses após sumiço de Amarildo, mulher assume comando da UPP da Rocinha

A major Pricilla de Oliveira Azevedo recebe flores de moradora da Rocinha em solenidade da troca de comando de 25 UPPs no Rio de Janeiro

A Polícia Militar do Rio de Janeiro anunciou nesta sexta-feira (6) o nome da nova comandante da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, favela da zona sul do Rio de Janeiro. Trata-se da major Pricilla de Oliveira Azevedo, primeira mulher que esteve à frente de uma UPP.

A troca acontece dois meses após o sumiço do pedreiro Amarildo de Souza, 43, que não foi mais visto desde que foi abordado por PMs na comunidade.

A major era responsável por comandar a unidade do morro Santa Marta, em Botafogo, também na zona sul, inaugurada em 2008. A PM oficializou ainda a troca de comando em outras 24 UPPs.

Na Rocinha, Pricilla substituiu a partir desta manhã o major Edson Santos, exonerado do cargo em função de toda a repercussão do caso Amarildo, que desapareceu no dia 14 de julho.

Em 2012, a major da PM fluminense foi premiada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos pela "liderança e coragem" à frente da primeira UPP inaugurada na cidade.

A solenidade foi realizada no Dia Internacional da Mulher, 8 de março, e a premiação foi entregue pela então secretária Hillary Clinton. Na ocasião, visivelmente emocionada, Pricilla foi saudada por Michelle Obama, mulher do presidente Barack Obama.

Durante a solenidade da troca de comando das UPPs, nesta manhã, o chefe da CPP (Coordenadoria de Polícia Pacificadora), coronel Frederico Caldas, afirmou que uma das principais metas de sua gestão será o investimento na capacitação dos policiais militares.

O oficial manteve no cargo nove comandantes de UPPs (Caju, Formiga, São João, Coroa, Vila Cruzeiro, Barreira do Vasco, Batan e Macacos). "Esperamos com essas mudanças que a palavra paz seja escrita com tintas mais fortes", afirmou Caldas ao fim da cerimônia.

Desaparecido desde 14 de julho
Amarildo de Souza, 43, desapareceu no dia 14 de julho após ser levado por PMs à sede da UPP da Rocinha, no alto da comunidade, para averiguação. Desde então, o sumiço do pedreiro se tornou uma das bandeiras da onda de manifestações públicas que se espalhou pela capital fluminense desde junho.

O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio de Janeiro --a pedido de deputadores federais do Rio, a Polícia Federal analisa se há brecha para uma possível investigação paralela. No último domingo (1º), policiais da DH deram início ao trabalho de reconstituição dos últimos passos de Amarildo. O resultado da diligência deve sair nos próximos 30 dias.

Segundo delegado Rivaldo Barbosa, titular da Divisão de Homicídios, os investigadores trabalham com a hipótese de homicídio, que poderia ter sido cometido ou por policiais militares ou por traficantes de drogas da região.

Arte UOL

Reprodução Cidade News Itaú

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!