Um detento do Presídio Regional de Patos, no Sertão da Paraíba, era o articulador responsável pela distribuição de drogas para o resto do estado, no esquema de tráfico internacional desarticulado pelas polícias Civil e Militar paraibanas neste fim de semana. As ligações telefônicas e troca de mensagens interceptadas pela investigação do delegado Cristiano Jacques identificaram que o presidiário comprava drogas ao peruano que estava no Ceará e chefiava a organização, para então repassar a outros traficantes.
Também um preso de Vitória da Conquista, na Bahia, gerenciava o 'comércio' em Patos. Na operação 'Prefixo', foram presas 14 pessoas, sendo 12 na Paraíba e um casal no Ceará. Todos foram encaminhados para o presídio de Patos. Segundo o secretário de Administração Penitenciária (Seap), Wallber Virgolino, a partir do serviço de inteligência da Seap foi possível identificar as informações que levaram à desarticulação do grupo. O líder da quadrilha será transferido esta semana para a Penitenciária de Segurança Máxima PB1.
"Estamos transformado os informes em informações para atuação junto às polícias judiciária e militar. Mais uma vez o sistema penitenciário identificou uma situação, difundiu informações para a polícia e tivemos uma quebra parcial no comando do tráfico de drogas em todo o país", destacou o secretário Wallber Virgolino.
De acordo com a investigação, a droga vinha da Bolívia e entrava pelos estados do Acre ou Mato Grosso, havendo uma alternância para dificultar o trabalho policial. O material era levado para Fortaleza, no Ceará, onde era distribuído para Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Maranhão, Acre, Piauí, São Paulo e Amazonas. Além destes, a droga ainda era fornecida para o Peru e para a Espanha.
A polícia ainda vai investigar o volume da movimentação financeira do grupo, que pelos valores que a droga era vendida, acredita que seja muito alta, com valores identificados a partir de R$ 16 mil para o quilo de cocaína; R$ 11 mil para o quilo de crack e R$ 1,5 mil para o quilo de maconha. As transferências de grandes somas financeiras eram realizadas na conta corrente da esposa do peruano.
Segundo a Polícia Civil, a liderança do grupo mantinha contato com vários suspeitos de tráfico que estão detidos em presídios de diversos estados para realizarem a distribuição de drogas nas unidades prisionais, além de pontos de venda de drogas ('bocas de fumo'). Serão repassadas informações para que as polícias dos demais estados possam localizar os outros integrantes.
"Para nós, reprimir o mal de uma organização como essa e lutar para garantir a paz social é a nossa maior recompensa", explicou o delegado Cristiano Jacques. Além das polícias Civil e Militar, participaram dos trabalhos a Promotoria de Justiça da 6ª Vara da Comarca de Patos e a direção do presídio regional Romero Nóbrega de Patos, com agentes penitenciários do Grupo Penitenciário de Operações Especiais (GPOE).
Reprodução Cidade News Itaú
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