O corpo do músico Luiz Carlos Leão Duarte Junior, de 35 anos, o Champignon, começou a ser velado no Cemitério Memorial Necrópole Ecumênica, em Santos. A cerimônia estava prevista para começar às 19h, mas o corpo só chegou ao local às 19h55. O sepultamento do ex-baixista da banda Charlie Brown Jr. está programado para ser às 15h de terça-feira, no mesmo local onde o ex-colega de banda Chorão está enterrado.
Familiares e amigos receberam uma pulseira de identificação que dão direito de permanecer na área mais próxima ao caixão. A movimentação no local ainda é pequena.
Antes do início do velório, a reportagem do UOL conversou com Zé Renato, ex-segurança do Charlie Brown Jr., que se lembrou de como Champignon era "contido e introspectivo". Ele voltou a ter contato com o músico quando o baixista retornou à banda, em 2011, e foi testemunha da intensidade da amizade entre os integrantes. "Eram amigos mesmo, era uma amizade bem forte", disse. Ao citar o último show que acompanhou da banda, em Ouro Preto (MG), ele se lembrou de uma música que Champignon compôs com Chorão para brincar com o vocalista Dinho Ouro Preto, do Capital Inicial.
Já Tânia Cristine de Oliveira Prado, que teve um relacionamento com Champignon há mais de 15 anos, contou ao UOL que se lembra do músico como uma pessoa muito amada e que era apegada, entre outras coisas e pessoas, a Chorão e a animais. "Às vezes, eu sentia que não sabia o que ele estava pensando", relembra. "A última vez que eu o vi foi há um ano. Ele estava bem, tanto na vida profissional como na amorosa."
Entenda o caso
Champignon foi encontrado morto no início da madrugada desta segunda, em seu apartamento, com um tiro no lado direito na cabeça. Segundo o boletim de ocorrência registrado no 89º Distrito Policial de São Paulo, em depoimento prestado pela viúva do músico, Cláudia Campos, ele ingeriu saquê no restaurante que jantou na noite de domingo (8) com a mulher e o casal de amigos Oscar e Juliana.
Ainda segundo o documento, foram consumidas duas garrafas de saquê no restaurante, mas não especifica se todos beberam ou apenas Champignon. Durante o jantar, a mulher --grávida de cinco meses-- contou que ela e o marido tiveram uma discussão e, ao chegar em casa, o músico se dirigiu para o estúdio/escritório e não deixou que ela entrasse no cômodo. Em seguida, ela ouviu dois disparos e o corpo caindo ao chão.
Segundo a delegada Milena Suegama, do 89º Distrito Policial de São Paulo, ele deu dois disparos com uma pistola calibre 380. O primeiro tiro teria sido um teste e foi feito em direção ao chão, e o segundo foi do lado direito da cabeça. A polícia trabalha com a hipótese de suicídio.
Testemunho de vizinhos
Vizinho de Champignon, o corretor de imóveis Alexandre Banaion relatou que ouviu um barulho de tiro vindo do apartamento do músico por volta da meia-noite, seguido de gritos da mulher e latidos do cachorro do casal. Ele foi até a casa, onde encontrou a mulher do músico chorando e gritando: "Amor, você não fez isso".
Muito nervosa, Cláudia contou à delegada que discutiu com Champignon, mas declarou que o marido não era um homem agressivo e não usava drogas ou medicamentos controlados. Ela foi levada para um hospital em estado de choque por volta das 2h30 e liberada às 6h40. Champignon tinha ainda uma filha de 7 anos de seu primeiro casamento, e segundo um tio a menina está com a mãe e já sabe da morte do pai.
A pistola, outra arma, celulares e computadores foram apreendidos. A delegada informou que não encontrou qualquer vestígio de drogas no apartamento. Familiares disseram à polícia que o músico estava chateado com a imprensa, por conta das críticas negativas sobre a nova banda, A Banca.
O síndico do prédio esteve na delegacia para entregar imagens das câmeras de segurança. Em entrevista ao "SPTV", da Rede Globo, ele admitiu que uma imagem pode levantar suspeita de agressão. "Eu vou deixar isso para a polícia dizer", declarou Gino Castro.
Reprodução Cidade News Itaú
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