O governador do Ceará, Cid Gomes, anunciou no final da noite desta quinta-feira (26) sua saída do PSB, depois de uma reunião com prefeitos, vereadores e deputados do partido.
Também vão deixar a sigla um grupo de aliados do governador composto por nove deputados estaduais, quatro deputados federais e 40 prefeitos, além de dezenas de vereadores.
Entre eles estão o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, e o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, José Albuquerque. O irmão do governador, o ex-ministro e atual secretario de Saúde do Ceará, Ciro Gomes, também deixará o partido.
Gomes não anunciou o destino do grupo, mas disse que recebeu convite de cinco partidos: PP, PCdoB, PSD, PP e Pros. Ele afirmou que nunca foi convidado pelo PT e descartou entrar no partido.
A intenção dos aliados de Cid é permanecerem juntos na nova agremiação.
"Há uma preocupação de manter nossa mesma linha ideológica, que é social-democrata", afirma Gomes. Segundo ele, o apoio à candidatura de Dilma é um pré-requisito para o novo partido.
Durante a semana, Cid negociou a saída com o presidente nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Pelo acordo, o PSB não irá tentar reaver os mandatos na justiça.
A saída dos Gomes foi motivada pela provável candidatura de Campos à presidência da República em 2014. No último dia 18, o PSB anunciou oficialmente a entrega dos cargos que possui no governo de Dilma, um primeiro passo para o lançamento da candidatura de Campos.
Outra motivação foi a aproximação do PSB a dois desafetos políticos do governador. Campos convidou na semana passada a ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), e o deputado estadual Heitor Férrer (PDT) --principal opositor de Cid na Assembleia-- para ingressarem no PSB como possíveis candidatos ao Governo do Estado.
REUNIÃO
Cid Gomes, junto com Ciro, estava filiado ao PSB desde 2005. No ano seguinte foi eleito governador, sendo reeleito em 2010.
Antes da reunião do PSB, realizada a portas fechadas, os jornalistas foram expulsos do recinto.
Logo depois, Ciro criticou uma possível adesão ao Pros, e disse que a realidade do Ceará não condiz com a ideologia do partido.
Alguns militantes jovens se mostraram insatisfeitos com a possibilidade de ingresso no novo partido, de tendência mais conservadora.
Ciro também defendeu a necessidade de romper com o "projeto pessoal de Pernambuco". Segundo ele, a "opção menos ruim para os cearenses é apoiar Dilma".
Ciro lembrou que, em 2010, desistiu dos planos de concorrer à presidência para apoiar a candidata petista. Na ocasião, Eduardo Campos, que disputava o governo de Pernambuco com apoio do PT, pressionou o PSB para apoiar a candidatura da atual presidente.
De acordo com o deputado estadual José Aguiar, a debandada de políticos vai diminuir significativamente a relevância do partido no Ceará. "Com esse rompimento, o PSB deixa de ser a maior força política do Estado", disse.
Ele afirmou que o segmento do partido favorável ao apoio da reeleição de Dilma foi "sufocado".
A mesma opinião é compartilhada pelo deputado federal Antonio Bahlman. Segundo ele, o projeto estadual do PSB não é compatível com a tendência nacional de candidatura própria.
Na próxima terça-feira (1º), será realizada uma nova reunião realizada para definir o novo partido do grupo.
Reprodução Cidade News Itaú
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