O bombeiro David Marcelino, 59, internado após inalar fumaça na semana passada em São Francisco do Sul (SC), está lúcido e conversando, segundo informações apuradas com o Hospital Regional Hans Dieter Schmidt, em Joinville.
Marcelino recebe visitas diárias da família. Ele continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e respira com ajuda de uma máscara de oxigênio.
De acordo com o hospital, ele ainda precisa de cuidados devido a uma inflação das vias aéreas, mas seu quadro vem melhorando. Seu estado será reavaliado nesta segunda-feira (30). Por enquanto, não há previsão de alta.
Desde quinta-feira (26), o bombeiro não recebe sedativos. Ele foi internado na madrugada do mesmo dia.
Segundo a unidade, Marcelino não tinha histórico de doenças respiratórias. O bombeiro passou mal após inalar fumaça provocada pela combustão de uma carga de nitrato de amônio na cidade catarinense.
O laudo sobre as causas da combustão no depósito de fertilizantes em São Francisco do Sul (litoral norte de Santa Catarina) pode demorar até 60 dias, segundo o tenente e chefe de comunicação do Corpo de Bombeiros catarinense André Pratts.
A perícia é realizada pelo Corpo de Bombeiros e pelo Instituto Geral de Perícias do Estado.
Se for uma causa de fácil identificação, como um curto-circuito, o laudo pode ser finalizado em poucos dias. O prazo pode chegar a 60, em caso de incêndio criminoso ou reação química, quando amostras devem ser analisadas em laboratório.
Segundo Pratts, o trabalho começou na quarta-feira passada e foi realizado em paralelo ao combate às chamas. "Eles fotografaram as provas e acompanharam o trabalho dos bombeiros para evitar que as amostras se perdessem ", diz Pratts.
Ainda de acordo com o tenente, essa etapa costuma durar até dez dias. Em São Francisco do Sul, deve acabar até o fim desta semana.
Segundo o governo de Santa Catarina, técnicos da Fatma, órgão ambiental do Estado, e do Ibama estão analisando os danos ambientais provocados pelo incêndio.
ALVARÁ
Pratts afirmou que o Corpo Militar de Bombeiros do Estado não concedeu alvará ao depósito da Global Logística.
Em entrevista ao jornal "Diário Catarinense" publicada na sexta-feira (27), o sócio-proprietário da empresa, Cláudio dos Santos, disse que tinha o "alvará de licença para construção" e que "foi feita vistoria dos Bombeiros de São Francisco do Sul".
A legislação do Estado autoriza os municípios a firmar contratos com bombeiros voluntários, que podem emitir alvarás desde que respeitem as normas estabelecidas pela legislação estadual.
"Não dá para afirmar isso, mas é comum. Ao nosso ver, toda edificação deve ter nosso alvará [do Corpo Militar de Bombeiros do Estado]", disse o tenente.
MAPEAMENTO
Para evitar que o incidente se repita, o governo de Santa Catarina anunciou na sexta-feira (27) o mapeamento dos cinco portos catarinenses e de seus entornos.
Segundo Pratts, as vistorias devem começar neste início de semana e durar um mês. O tenente disse que a fiscalização é atividade constante para os bombeiros, mas que o trabalho é limitado por empresários que não cumprem as recomendações.
"Temos poder de fiscalização, mas não de fechar esses lugares. Não é possível, temos que entrar com ações no Ministério Público."
VIDA NORMAL
Enquanto os trabalhos de perícia seguem, São Francisco do Sul volta à rotina. Desde sexta-feira, o transporte público, a coleta de lixo e o porto estão funcionando.
Neste sábado (28), boa parte do comércio abriu normalmente. A previsão é que nesta segunda-feira (30) a cidade volte à sua vida normal com escolas, bancos e órgãos públicos abertos.
A maioria das pessoas também já voltou às suas casas. A prefeitura mantém recomendações como jogar foram alimentos expostos à fumaça e lavar roupas que ficaram no varal.
Reprodução Cidade News Itaú
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!