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segunda-feira, agosto 12, 2013

Rebelião na Fundação Casa de SP termina com fuga de 59 internos

A rebelião da unidade de Itaquera da Fundação Casa (antiga Febem), na zona leste de São Paulo, chegou ao fim por volta das 15h30. Segundo a Fundação Casa, 59 internos fugiram, mas 17 foram recapturados. Ao todo, 29 funcionários foram feitos reféns, entre eles o diretor da unidade, Orlando Vieira Mendes, que desde as 12h desta segunda-feira (12) estava sob poder dos adolescentes. Todos os funcionários foram encaminhados para um hospital da região por terem escoriações pelo corpo.

Mais cedo, Julio Alves, presidente do Sintraemfa (Sindicato dos Trabalhadores em Entidades de Assistência e Educação à Criança, ao Adolescente e a Família do Estado de São Paulo), que acompanhava a rebelião na frente da unidade, disse que o diretor estava muito ferido, mas não corria risco de morte.

"Ele está ferido com socos, pontapés e com escoriações, porque bateram a cabeça dele na grade", disse Alves.

Já a assessoria da Fundação Casa disse que o diretor tem apenas leves escoriações na cabeça. Ele foi levado para o hospital Santa Marcelina, em Itaquera. Segundo a equipe médica que o atendeu, o estado de saúde de Mendes é estável. "Ele está fazendo alguns exames e a previsão é que receba alta ainda hoje, isso é claro se não houver nenhum alteração nos resultados", informou a assessoria do hospital.  

Ainda segundo Alves, era possível ver vestígios de fogo e de pedaços de pau usados pelos internos. 

A corregedoria e a Superintendência da Fundação Casa estão em Itaquera para abrir um processo de sindicância. A unidade da zona leste tem capacidade para 150 internos, mas contava com 103. 

Rebelião na zona oeste termina depois de 3 horas
Já outro motim de adolescentes, que faziam uma rebelião com mais de 12 reféns na unidade da Vila Leopoldina, na zona oeste, acabou por volta das 12h20. Todos os reféns foram liberados sem ferimentos, segundo o corregedor-geral da Fundação Casa, Jadir Pires de Borba. Ele informou que os cem menores infratores que vivem na unidade participaram do motim.

"A conduta individual de cada adolescente vai ser apurada por uma equipe própria do centro e também pelo Ministério Público [do Estado]", disse o corregedor. Redução do número de visitas, restrição de saída da unidade e de participação em atividades não obrigatórias podem ser as sanções que os internos sofrerão por terem causado o motim.

De acordo com a assessoria de imprensa da fundação, os internos da Vila Leopoldina se rebelaram após uma tentativa de fuga que foi frustrada por funcionários. Além de manter parte deles reféns, os rebelados também atearam fogo em colchões.

Homens da Tropa de Choque chegaram a comparecer à unidade, mas ficaram somente na área externa.

Não há ainda confirmação de quantos jovens se rebelaram --a assessoria da Fundação Casa informou que somente em uma sindicância isso poderá ser definido.

A capacidade da unidade da Vila Leopoldina é de até 150 internos, mas, atualmente, está com cem.

Última rebelião tem menos de um mês
A última rebelião registrada em uma unidade da Fundação Casa havia sido no dia 18 do mês passado, quando 17 funcionários da unidade Tapajós, em Franco da Rocha (Grande SP), haviam sido mantidos reféns pelos internos. Três deles se feriram. 

Na ocasião, o motim durou cerca de três horas. A superintendência de segurança e a corregedoria da fundação negociaram com os adolescentes para que se entregassem e libertassem os reféns. A unidade Tapajós da Fundação Casa tem 92 internos. 

Reprodução Cidade News Itaú

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