Policiais
da Delegacia de Homicídios procuram o dono de um carro, Cobalt cinza, que no
dia 14 de julho seguiu o carro em que estava o pedreiro Amarildo de Souza, 43
até a sede da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora). A suspeita é de que o
veículo pertença a um policial e que tenha sido usado para retirar o pedreiro
da favela.
O
Cobalt aparece nas imagens das câmeras instaladas ao longo da estrada da Gávea.
A via atravessa a favela da Rocinha, na zona sul do Rio.
Os
policiais que analisaram as imagens contam que o Cobalt para na rua de acesso à
sede da UPP com os faróis ligados à espera da saída da viatura policial do
local.
A
partir deste momento não é possível saber, pelas câmeras, o que acontece na
estrada de terra que liga a Estrada da Gávea à sede da UPP.
Quando
o Cobalt volta a ser visto, ele está dando ré para permitir a passagem do carro
da UPP; depois o segue. Os dois carros, segundo policiais, param na entrada do
acesso. Pelas imagens de uma das câmeras é possível ver um policial descendo da
viatura e indo até a janela do Cobalt. Ele para na porta do motorista.
Não
é possível ver o interior do veículo. As janelas tem películas de proteção.
Neste
momento a viatura da PM começa a andar e sua mala está aberta mas não há
ninguém nela. O Cobalt segue o carro policial até o Centro de Comando e
Controle, na rua 2, interior da favela.
No
local, operadores observam as 84 câmeras instaladas na comunidade. Neste dia,
apenas duas estavam queimadas. Justamente as câmeras localizadas diante da sede
da UPP.
O
comandante da unidade local, major Edson Santos disse que Amarildo de Souza foi
liberado minutos após não ser reconhecido como envolvido com o tráfico local.
Isso teria acontecido após às 19h.
Peritos
já analisaram as imagens das câmeras da Estrada da Gávea nas horas seguintes e
em nenhuma delas há imagem do pedreiro deixando o local. O caminho seria o mais
curto entre a sede da UPP e a sua casa, na rua 2.
GPS
O
"Jornal Nacional", da TV Globo, informou na noite de hoje que teve
acesso a informações sobre o deslocamento do carro da polícia militar que levou
Amarildo. A Polícia Civil afirmou que o GPS, que mapeia o movimento do veículo,
estava quebrado, mas as informações obtidas pelo jornal foram obtidas por
outros dois aparelhos que também mandam esses dados de posicionamento.
Segundo
os registros, às 19h22, o carro sai do posto da UPP o pedreiro. Ele andou por
algumas regiões da cidade e, às 20h37, retornou para a zona sul. Depois, o
carro foi ao Batalhão de Choque, onde parou por sete minutos. O relatório
completo do trajeto terminou 24 horas após o desaparecimento do pedreiro, e, a
partir de então, o carro não deixou mais a favela.
O
jornal também disse ter acesso ao depoimento de um policial que estava no mesmo
carro que Amarildo. o PM disse que não se lembra de ter voltado à UPP da favela
--dado mostrado pelos registros de posicionamento. Ele ainda omitiu detalhes à
polícia, como a passagem pelo batalhão.
O
policial também não explicou por que gastou uma hora e oito minutos para ir de
carro do batalhão à Rocinha, locais relativamente próximos, num domingo, quando
não há registros de lentidão.
A
assessoria de imprensa do governo falou confirmou à TV a existência dos
aparelhos que mandam sinais de posicionamento, como o GPS, em carros da PM. O
governo ainda disse que as informações obtidas pelo sistema foram anexadas ao
inquérito da Divisão de Homicídios, que investiga o crime.
Reprodução Cidade News Itaú
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