Um dos filhos do apresentador José Luis Datena
soube, nesta terça-feira (13), que tem um policial de São Paulo querendo
matá-lo. Quem recebeu o alerta foi a polícia civil de Goiás, que avisou o filho
do apresentador assim que soube que ele estaria em perigo. Em conversa com o
UOL, Datena não quis revelar o nome do filho, mas disse que a ameaça foi feita
após a exibição de seu programa na Band, o "Brasil Urgente".
Quando soube da história, o secretário de
segurança de São Paulo, Fernando Grella Vieira, entrou em contato com o
secretário de segurança de Goiás. "Os dois secretários combinaram uma ação
conjunta, e foi definido uma estratégia para monitorar essas ameaças",
contou Marcio Aith, subsecretário de comunicação do Estado de São Paulo.
O programa desta terça teve como convidado o
deputado major Olímpio Gomes (PDT-SP), que comentou a chacina da família de PMs
em São Paulo, dizendo que eles podem ter sido executados por "policiais
corruptos", e não acredita que o menino Marcelo, de 13 anos, seria
responsável pelo crime.
Durante o programa, o convidado relembrou que a
mãe do menino denunciou um esquema de policiais corruptos. Disse também que
conversou com outros policiais sobre o caso e eles disseram que parecia
"treta de polícia".
Ao UOL, o Major Sérgio Olímpio Gomes disse que
não recebeu nenhuma ameaça diretamente. "Em função da minha atividade
acontecem algumas intimidações. Há cerca de seis meses recebi chantagens via
Facebook e fiz um boletim de ocorrência. Depois descobri que o autor das
mensagens estava detido. Por isso é necessário registrar a ocorrência e
apurar."
"Fico preocupado com as ameaças que a
família do Datena recebeu. Tomara Deus que não passem de trotes que querem
apenas inibir o trabalho do apresentador. É um sinal para se redobrar as
cautelas agora", concluiu o major, que disse estar à disposição para
ajudar os colegas nas investigações.
Esta não foi a primeira ameaça recebida por
Datena ou sua família, no entanto o apresentador não pensa em deixar o programa
policial agora. "Eu estou pouco me lixando. Se tivesse medo, não faria
programa de denúncia. Enquanto estiver fazendo, estou literalmente me
lixando", finalizou.
A Polícia Civil de Goiás está tratando o caso
"com preocupação", afirmou ao UOL o Delegado Chefe de Comunicação
Social da Polícia, Norton Luiz Ferreira. "Pode ser uma brincadeira, mas
como o pai tem esse trabalho, um programa policial, estamos tratando com
preocupação", contou o delegado.
Ainda sem prazo para ser solucionado, o caso foi
colocado como prioridade. "Há uma certa prioridade porque envolve pessoas
de renome", disse o delegado, acrescentando que a polícia ainda não sabe a
motivação da ameaça, mas não descarta que ela esteja ligada ao conteúdo do
programa de Datena.
Segundo Ferreira, a denúncia da ameaça foi feita
de forma anônima à polícia na noite de terça-feira. A pessoa teria informado que alguém estaria
indo de São Paulo para Goiás para matar ao filho do apresentador. O delegado, porém,
ressaltou que a denúncia não especificava se a pessoa que cometeria o crime é
de fato um policial.
Após a denúncia, a polícia entrou em contato com
o filho de Datena e o aconselhou a tomar alguns cuidados. "A família foi
alertada para tomar algumas precauções, mudar alguns hábitos, até que o caso
seja apurado. A qualquer sinal, eles devem comunicar à instituição",
afirmou Ferreira, acrescentando que a família não foi colocada sob proteção
policial.
Outro perigos
Em março de 2012, a Polícia Militar descobriu por
meio das redes sociais que bandidos planejavam sequestrar o apresentador José
Luis Datena quando ele voltasse para casa, ao passar pela rodovia Castelo
Branco. O jornalista foi alertado e a polícia localizou o carro que seria
utilizado.
Durante o programa daquele dia, o apresentador
falou sobre a descoberta da polícia e disse que se fosse sequestrado, teria que
ser morto, pois não tem o dinheiro do resgate.
Em novembro de 2012, Datena se envolveu em uma
polêmica ao aceitar um pedido da polícia e negociar com um sequestrador que mantinha
a família em cativeiro em Diadema, na Grande São Paulo.
"No momento em que comecei a falar com o
sujeito percebi que não deveria ter feito isso. Mas já tinha começado e não
tinha como voltar atrás. Me arrependi profundamente de fazer aquilo. Não é
nosso papel como jornalista. Fico feliz que as pessoas foram salvas, mas não
podia ter feito isso. Fui levado contra os meus princípios", falou ao UOL,
duas horas após a negociação.
Reprodução Cidade News Itaú
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