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segunda-feira, agosto 05, 2013

Para agradar ao Barcelona, Neymar difere de Messi e planeja aprender catalão

Messi e Neymar conversam e sorriem durante a apresentação do elenco do Barça Na lista de prioridades de Neymar, o domínio do espanhol ocupa posição perto do topo. Mas o brasileiro não parece disposto a perde a chance de ganhar o que se pode chamar de pontos importantes em Barcelona. O UOL Esporte apurou que o clube já se prepara para auxiliar o ex-santista a também se dedicar o idioma catalão, que ao lado do próprio Barcelona é um dos símbolos da identidade da região autônoma da Espanha.

Embora nenhum pedido formal tenha sido feito ao clube ainda, os dirigentes esperam ter Neymar como um garoto-propaganda cultural bem melhor do Lionel Messi. A recusa do argentino em falar catalão mesmo depois de viver em Barcelona por mais de 10 anos é talvez o único ponto de atrito do melhor jogador do mundo com sua torcida –e com um clube que costuma fazer do endosso à identidade catalã cláusula contratual de seus jogadores.

Coincidência ou não, Neymar tem não só arriscado algumas palavras no idioma falado por cerca de 10 milhões de pessoas, a maioria delas nutrindo mais do que simpatia pelo clube blugrana – depois de saudar em catalão o público no Camp Nou durante sua apresentação no Barcelona, em junho, ele voltou a ganhar pontos de simpatia ao repetir a saudação durante um congresso mundial de torcidas organizadas e fã-clubes do Barcelona, na sexta-feira.

“Messi não fala catalão e isso causa um certo incômodo em parte dos barcelonistas. Está sendo interessante ver Neymar fazendo um esforço, mesmo que seja interessante também para seu processo de adaptação ao clube”, explica Xavi Bundó, apresentador da RAC1, rádio de Barcelona que é a líder de audiência em programa transmitidos em catalão.

Neymar também empolgou fãs e dirigentes ao dizer que vê mais facilidade para falar o catalão do que o espanhol, ainda que na prática a situação deva ser bem diferente. Língua derivada do Latim, assim como o português e o próprio espanhol, o catalão moderno tem o francês como um primo muito mais próximo, ao ponto de uma das palavras para ‘’obrigado’’ na língua ser o mesmo ‘’merci’’ usado em Paris e adjacências.

Além das raízes culturais, grande parte de sua defesa pelos catalães passa pela repressão às identidades regionais que marcou a ditadura do general Franco (1936-75), cuja proibição do uso oficial do catalão foi um ponto polêmico. Como jogador e treinador, o holandês Johan Cruyff entrou para a história do Barcelona tanto pela genialidade esportiva quanto pelo posicionamento política de desafiar uma proibição de nomes regionais e batizar seu filho com nome de Jordi, como São Jorge é conhecido em catalão, em 1973 – a cereja no bolo foi dizer que escolheu o Barcelona em detrimento ao Real Madrid, clube ainda associado ao regima franquista.

Entrevistas coletivas do Barcelona, por exemplo, tem o catalão com língua-base, apesar de os jogadores locais também se expressarem em espanhol. As de Neymar ainda são em português, apesar de ele ter recebido aulas no Brasil em maio, em plena concentração da seleção, com uma professora particular, Bel Juvinyà, como parte de uma estratégia de relações-públicas do estafe do jogador.

Em março, o presidente do clube, Sandro Rosell, o arquiteto da vinda de Neymar para a Catalunha, fez um discurso público afirmando que “falar catalão é mostrar amor ao Barcelona”. A vista grossa para Messi, que se limita aos slogans gritados para torcida em comemorações de título e alega respeitar demais a língua para tentar aprendê-la, também foi vista nos tempos de Ronaldinho, apesar de o brasileiro ter menos desculpas, já que domina também o francês, aprendido no período que passou no Paris Saint-Germain.

Reprodução Cidade News Itaú

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