O novo comandante-geral da Polícia Militar do Rio de Janeiro, coronel José Luís Castro Menezes, afirmou em entrevista exclusiva ao UOL, na sexta-feira (9), que a Corregedoria da corporação ainda não identificou "nenhum motivo" que justificasse punições aos policiais militares que conduziram o pedreiro Amarildo de Souza, 43, à sede da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha, favela da zona sul da cidade, no dia 14 de julho. Desde então, o morador da comunidade está desaparecido.
A Polícia Civil trabalha com a hipótese de homicídio, que teria sido cometido ou pelos policiais militares da UPP ou por traficantes de drogas da região. A mulher de Amarildo, Elizabete Gomes, afirmou não ter dúvida de que o marido está morto. O caso está sendo investigado pela DH (Divisão de Homicídios).
Na visão do coronel, que assumiu o cargo na última segunda-feira, não há relatos de testemunhas ou provas materiais que comprovem uma possível conduta criminosa por parte dos agentes da UPP. "A apuração está em andamento", afirmou ele, que ainda não entrou em contato com a Corregedoria a fim de obter informações sobre o andamento da investigação interna. "Se houver essa percepção, a gente vai tomar a medida necessária", completou.
Menezes também afirmou ao UOL que a Polícia Militar "não estava preparada" para lidar com a recente onda de manifestações contra o governo do Estado, a PM, a corrupção, o aumento do transporte público, entre outras reivindicações. No entanto, o comandante-geral da corporação disse não identificar excessos ou eventuais abusos de autoridade no decorrer dos protestos.
"Dizer que em algum caso específico nós cometemos um excesso? Não. Eu não posso afirmar isso. Eu posso afirmar que a gente talvez não tenha utilizado a forma correta", declarou.
O oficial alçado ao cargo máximo de comando da PM do Rio também respondeu a questões sobre uma hipotética associação entre a ação da polícia e a queda de popularidade de Cabral, e comentou a respeito das críticas dos moradores das UPPs --que levantam a bandeira da "desmilitarização da PM"-- e de um eventual retrocesso acerca do "policiamento de proximidade", estratégia adotada na implantação das Unidades de Polícia Pacificadora.
Reprodução Cide News Itaú
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