A taxa de homicídios no Brasil hoje coloca o país em sétimo lugar entre aqueles onde mais se mata no mundo, perdendo para El Salvador, Ilhas Virgens, Trinidad e Tobago, Venezuela, Colômbia e Guatemala, todos esses países vivendo em permanentes conflitos sociais ou guerras cruentas. São, no Brasil, uma média 27,1 mortes para cada 100 mil pessoas. As 300 cidades listadas, as que puxam o índice brasileiro para cima, é mais de duas vezes superior ao do Iraque no auge dos conflitos no país do Oriente Médio (64,9 mortes para cada 100 mil pessoas, entre 2004 e 2007). Os dados são do “Mapa da Violência 2013 – Homicídios e Juventude no Brasil”, divulgado nesta quinta-feira, dia 01 de agosto, pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos- CEBOLA, da insuspeita FLACSO BRASIL- Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, fundada em 1957, no Rio de Janeiro, com o apoio dos Países membros da Organização dos Estados Americanos- OEA, e será publicada, para livre verificação na revista Exame, da Editora Abril, que circulará a partir desta semana em todo o país. O documento faz um retrato contundente como se mata, e se agudeza a situação do Brasil, mas também compara com dados mundiais, mostrando de forma clara que o problema da segurança pública vem sendo banalizado em nossa pátria, pelos governos federal e estaduais, deixando o cidadão de bem em permanente prisão domiciliar ou no próprio trabalho, a mercê de Deus, e abaixo dele à própria sorte. É um estudo profundo e sério da criminalidade crescente no nosso território, constituindo-se no nosso maior problema atual. Simões Filho, na Bahia, 119.760 habitantes e 167 mortes por homicídios lidera este nefasto prontuário, com uma taxa assombrosa de 134,9%. As cidades vítimas de grande violência são, em geral, pequenas ou médias, isto é, com até 500 mil habitantes. Nas 10 primeiras colocações, a única capital – e cidade grande – a aparecer é Maceió (AL), com 1.048 homicídios, taxa de 111,1%, João Pessoa (PB) aparece em 30º, e é a segunda capital de estado mais perigosa da nação, revelando que o Nordeste e o Norte são os maiores alvos do problema hoje. Segundo o estudo, as cidades que concentram a violência no Brasil são, em geral, novos polos de desenvolvimento, zonas de fronteira, além de municípios com turismo predatório e currais políticos onde ainda impera a lógica clientelista, sendo os jovens, abaixo de 30 anos, desviados pelo tráfico de drogas, o vetor e vítima principal. Nossa querida Mossoró, outrora terra do sal, sol, do petróleo (e da paz), ostenta, desonrosamente, a “pole position” como a cidade mais perigosa do Rio Grande do Norte, estando a 53ª. posição no ranking da criminalidade brasileira, sendo um dos maiores de todo o nordeste. Aparecendo com 194 homicídios, para uma população oficial de 269.344 habitantes, portanto com uma taxa de 72,7 %. (dados de 2011). O segundo município de maior ilícito penal do RN é São Gonçalo do Amarante, na zona metropolitana, com 89.045 habitantes, 55 homicídios e uma taxa de 61,8 %, veja só a distância para a capital do oeste. João Pessoa, capital da Paraíba, é o 30º município mais hostil à vida, com 733 mil habitantes, no ano de 2011 registrou 633 homicídios, taxa de 86,3 %. Antigamente nós tínhamos uma imagem de que Caruaru, Exu e Petrolina, em Pernambuco eram cidades perigosas, hoje todas são mais seguras que Mossoró. Caucaia, Pereiro, Limoeiro e Tabuleiro do Norte, no Ceará são municípios tidos como tranquilos, em comparação com a libertária e pacatez mossoroense. Até Campos de Goycatases, Duque de Caxias, Nova Iguassu, Belford Roxo e outras cidades da malsinada baixada fluminense se mostram mais civilizadas no trato à vida que a terra que se libertou de Lampião. A nossa bela capital, Natal, embora pulsando com estações de televisão, rádios e jornais anunciando diariamente a ampliação da criminalidade é, na frente de Mossoró, uma terra dos reis magos abençoados e um povo pacífico, está na 187ª. colocação, com 397 homicídios em 2011, para uma população de 810.780 pessoas, com taxa, portanto, de 49%, sendo a quinta cidade na escalada do Estado, perdendo para Mossoró, São Gonçalo do Amarante, Nísia Floresta e nossa vizinha e desmembrada Baraúna.Na Paraíba, afora a matança na capital, (ainda será o entrevero de João Pessoa e os Suassunas?) São Bento, Catolé do Rocha, Brejo do Cruz, Pombal e Patos, antes tidas como a “circunferência do gatilho” estão estatisticamente pacificadas, quando pelo menos em dissenso ao crime. Que os dados aqui retratados, façam com que os nossos governantes acordem, e o povo continue pulsando nas ruas, ou, recomendável, no recôndito dos seus indevassáveis e sagrados lares, (cuidado com o assassino!) reclamando os seus legítimos direitos assegurados pelas Constituições Federal e Estadual, mas que estão sendo negados, o que, sejamos justos e leais, é um crime tão perverso qual o praticado à revolver, facão ou fuzil. É uma verdadeira chuva de bala (e de dor) no agora sangrento país de Mossoró. Com as nossas Polícias Militar e Civil qualificadas, mas tanto desaparelhadas, como sem contingentes necessários à ação de enfrentamento, da capital a todo o interior, de Mossoró a Venha Ver, de Tibau a Canguaretama, só com alegorias paliativas, se medidas urgentes não forem tomadas concretamente, o problema vai se amplificar, não tenham dúvidas. Este é o artigo que eu não desejaria escrever. Faço-o como uma alerta aos meus expostos e impotentes conterrâneos.
Reprodução Cidade News Itaú
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