O dono de uma sorveteria de Rio Branco (AC) aproveitou a polêmica em torno da suposta pirâmide financeira da Telexfree para lançar um novo sabor: o sorvete Telexfree.
A Telexfree, que vende planos de minutos de telefonia de voz sobre protocolo de internet (VoIP na sigla em inglês), foi proibida pela Justiça de operar em junho. A empresa é investigada por indícios de formação de pirâmide financeira, mas nega irregularidades.
O comerciante Luiz Cordeiro, 48, que também é um dos associados da Telexfree, é dono da sorveteria A Era do Gelo, na periferia de Rio Branco. Diz que criou o sabor Telexfree como forma de se expressar contra a Justiça.
"É para mostrar que é bom. Bom como a empresa Telexfree. O sorvete também não é pirâmide. Queria até convidar a juíza e os desembargadores para provar do sorvete Telexfree", diz Cordeiro, que defende a empresa e nega que haja pirâmide e prejuízo para seus participantes.
Cordeiro faz parte dos 70 mil clientes da empresa no Estado, segundo estimativa do Ministério Público do Acre, e ingressou na divulgação dos serviços em fevereiro.
Ele disse não ter tido prejuízo nenhum com a Telexfree e espera o retorno das atividades para receber seus R$ 18 mil de lucros que estão retidos.
"Quando bloquearam os serviços, ficou meio difícil para a gente. Para não perder o vínculo com a empresa, tive a ideia de criar o sorvete, que deu muito certo", diz.
Sorvete mistura chocolate branco, diamante negro e leite de coco
O sorvete Telexfree é uma mistura de chocolate branco, diamante negro e leite de coco. Ele pode ser consumido em taças no self-service (R$ 23 o quilo) ou na casquinha grande (R$ 2 a bola).
Segundo Cordeiro, as vendas na sorveteria aumentaram 30% com a novidade.
"É um sabor diferenciado. Muito bom. Achei uma maravilha essa mistura. Recomendo", diz o professor Ely Roberto, 50 anos, que saboreou o Telexfree, mas não diz não ter ingressado na empresa.
Com a grande procura, Cordeiro lançará na próxima semana o picolé Telexfree. O produto custará R$ 1, valor igual ao dos demais sabores.
Pirâmide financeira causa prejuízo quando não há novos integrantes
A movimentação de dinheiro da empresa Telexfree está proibida pela Justiça do Acre desde o final de junho. A Telexfree também continua impossibilitada de realizar novos cadastros de divulgadores, sob pena de multa diária de R$ 500 mil.
Atuando no Brasil desde março de 2012, a Telexfree vende planos de minutos de telefonia de voz sobre protocolo de internet. Porém, segundo a acusação da Justiça, isso seria apenas uma fachada.
A empresa é investigada por indícios de formação de pirâmide financeira, modalidade considerada ilegal porque só é vantajosa enquanto atrai novos investidores.
Assim que os aplicadores param de entrar, o esquema não tem como cobrir os retornos prometidos e entra em colapso. Nesse tipo de golpe, são comuns as promessas de retorno expressivo em pouco tempo.
Em notas, a empresa disse que está se defendendo de forma vigorosa das acusações e que tem apresentado sua defesa juntando aos processos todos os documentos necessários, de modo que comprove a regularidade e a viabilidade econômica de suas atividades.
Reprodução Cidade News Itaú
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