quinta-feira, agosto 22, 2013

Início da CPI dos Ônibus no Rio tem briga de manifestantes e sapatada em vereador

Pelo menos cem manifestantes ocuparam as galerias da Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro nesta quinta-feira (22), para o início da primeira audiência da CPI dos Ônibus --que terá os depoimentos de três pessoas, entre as quais o atual secretário municipal de Transportes, Carlos Roberto Osório. Manifestantes contra e a favor do presidente da comissão, Chiquinho Barazão (PMDB), chegaram a trocar agressões do lado de fora da Casa. Uma mulher jogou um tênis no vereador Renato Moura (PTC), mas atingiu apenas a cadeira onde ele estava sentado e foi retirada do local.

As galerias da Câmara foram divididas entre manifestantes contrários aos membros escolhidos para a CPI de um lado e, do outro, eleitores do vereador Chiquinho Brazão. Eles duelaram para ver quem gritava mais. Sempre que um lado puxava o coro, o outro respondia imediatamente.

Quando o grupo que apoia a CPI saía da Câmara, um dos integrantes agrediu um cinegrafista amador, gerando revolta nos manifestantes. Houve discussão seguida de agressão física na frente da Câmara, e pelo menos uma pessoa ficou ferida. Um cinegrafista da BandNews levou um chute nas costas de um ativista "black bloc", que gritava "Globo não!". Sete dos apoiadores de Brazão tiveram que fugir e se abrigaram em um prédio na rua Evaristo da Veiga.

Eles precisaram da ajuda de policiais militares para sair do local, enquanto manifestantes jogavam pedras e paus. Todos foram levados em viaturas, e um integrante do blck bloc foi detido.

Dentro da Câmara, os manifestantes cantam e gritam palavras de ordem contra o presidente da CPI, que pertence à base governista, e contra o empresário Jacob Barata, considerado "Rei do Ônibus". Alguns jovens estão fantasiados de baratas em alusão ao nome do empresário.

Mais cedo, na galeria ao lado esquerdo do plenário, apoiadores de Chiquinho Brazão e manifestantes tiveram uma intensa discussão e troca de acusações. Os manifestantes afirmam que os eleitores de Brazão estão na Câmara hoje "por dinheiro", e dois homens pró-Brazão partiram para a briga física. A confusão foi contida após intervenção dos seguranças da Casa.

A comissão investiga irregularidades na licitação das linhas de ônibus que operam na cidade, realizada em 2010. Osório e o seu antecessor, Alexandre Sansão, chegaram à Câmara por volta das 7h45. O terceiro depoente de hoje é o gerente de planejamento da CET-Rio (Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio), Helio Borges, que presidiu a Comissão de Licitação dos Ônibus em 2010.

Do lado de fora da Casa, se formou uma grande fila de manifestantes que aguardavam para se juntar aos que já ocupam as galerias. Todos os que ingressaram na Câmara foram identificados pela equipe de segurança, e houve revista policial na tentativa de impedir que manifestantes entrem com máscaras.

Diferentemente do que ocorreu na sessão de instalação da CPI e na sessão que determinou a agenda da comissão, a audiência acontece no Plenário da Câmara.

Apesar da desocupação da Casa, que estava tomada por manifestantes desde o dia 9, ainda há ativistas acampados do lado de fora da Câmara.

Os manifestantes pediam, entre outras reivindicações, a anulação da reunião de instalação da CPI dos Ônibus e a realização de nova sessão para instalar a comissão "de forma legítima".

Proposta pelo vereador Eliomar Coelho (PSOL), a CPI é presidida pelo vereador Chiquinho Brazão (PMDB) e tem como relator o vereador Professor Uóston (PMDB). Além deles, compõem a comissão os vereadores Jorginho da SOS (PMDB) e Renato Moura (PTC). Os quatro últimos são da base governista e não assinaram o requerimento da CPI. Coelho não compareceu à sessão.

Marchinhas
Cerca de 40 manifestantes permanecem do lado de fora da Câmara. Policiais militares fizeram um cordão de isolamento impedido a entrada pelas laterais da Casa. Alguns manifestantes chegaram cedo e permaneceram nas escadarias da Casa, tocando tambores e cantando marchinhas contra o governador Sérgio Cabral.

Reprodução Cidade News Itaú

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