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terça-feira, agosto 06, 2013

Espionagem dos EUA começou em países invadidos, diz jornalista

O colunista Glenn Greenwald, do jornal britânico "The Guardian", fala à Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional  (Foto: Lia de Paula/Ag.Senado)O jornalista norte-americano Glenn Greenwald, que revelou ao mundo o esquema de espionagem pelos Estados Unidos, afirmou nesta terça-feira (6) no Senado Federal que o modelo usado para acessar ligações e e-mails pessoais começou no Afeganistão e no Iraque, países que foram alvo de invasão de tropas dos EUA em 2001 e 2003, respectivamente.
No início de julho, reportagem do jornal “O Globo” assinada por Greenwald revelou que, na última década, pessoas residentes ou em trânsito no Brasil, assim como empresas instaladas no país, se tornaram alvos de espionagem da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (National Security Agency - NSA, na sigla em inglês).
“A ideia do governo americano foi uma ideia de guerra, criada no Iraque e no Afeganistão. [Com a espionagem] Eles podem controlar os países que eles invadiam muito melhor”, disse Greenwald durante audiência na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional.
O jornalista recebeu mais de cinco mil documentos do ex-analista de inteligência Edward Snowden com informações da atuação de órgãos de inteligência e segurança dos Estados Unidos em diversos países.
De acordo com Greenwald, a mesma “ideia de guerra” usada no Oriente Médio foi transferida para outros países.  “Agora, essa ideia foi mudada do Iraque e Afeganstão para os Estados Unidos. Então, o governo está tratando como tratavam lá e está aumentando essa ideia para o mundo todo. [...] O sistema de espionagem é usado para controlar e aumentar o poder do Estado”, declarou o jornalista.
Greenwald também já havia revelado que até 2002 funcionou em Brasília uma estação de espionagem onde agentes da NSA trabalharam em conjunto com a Agência Central de Inteligência (CIA) norte-americana.
Ao governo brasileiro, o governo norte-americano informou que teve acesso apenas ao registro de e-mails e chamadas telefônicas - os chamados metadados - sem acessar o conteúdo dessas informações. No entanto, conforme havia sido publicado em reportagem do jornal britânico “The Guardian”, Greenwad reafirmou que os norte-americanos tiveram acesso a conteúdo.
“Eles [órgão de inteligência e segurança] podem fazer pesquisa que vai registrar seus emails, as palavras que você usou para fazer pesquisa, quais sites entrou, os documentos que está mandando. Esse sistema usado vê quase tudo que pessoas estão fazendo na internet, é muito mais que metadados. É muito fácil para usar”, disse Greenwald.
Durante a audiência, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que chegou a defender a concessão de asilo político para Edward Snowden pelo governo brasileiro, vestiu uma máscara do delator do esquema de espionagem.

Reprodução Cidade News Itaú

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