Em protesto contra a falta de estrutura e a sobrecarga de trabalho, que tem provocado afastamentos por motivos de saúde e estresse, os delegados da Polícia Civil do Estado realizaram hoje uma paralisação de advertência. Reunidos com os agentes e escrivães, que estão em greve desde a última terça-feira, eles promoveram um ato público em frente à Assembleia Legislativa, pedindo por melhores condições de trabalho.
Segundo a presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Rio Grande do Norte (Adepol), Cláudia Saraiva, o Estado possui um déficit de quase 290 delegados, já que são 350 cargos criados em lei e apenas 163 profissionais em exercício. Ela disse que, por causa disso, a maioria dos delegados, sobretudo os que atuam no interior, acabam acumulando responsabilidade por várias delegacias.
“Há casos de colegas que acumulam mais de dez municípios, o que causa uma sobrecarga e estresse muito grande para os delegados. Temos registros de casos de afastamento por problemas de saúde, doenças e até estafa física, já que eles precisam se desdobrar para dar conta dos serviços. Por causa disso, também estamos aqui pedindo a convocação dos aprovados no último concurso público”, explicou Cláudia.
Outro problema apontado por ela é a falta de estrutura física e de trabalho, também com maior ênfase nos municípios do interior, onde a situação é muito mais grave que na Capital. Cláudia disse que a Adepol já encaminhou vários documentos oficiais solicitando reuniões com o Governo do Estado para discutir a pauta de reivindicações dos servidores, mas não foi atendida.
Por isso, a categoria deliberou por realizar três paralisações de advertência neste mês e, no próximo dia 16, será realizada uma assembleia geral, quando os delegados irão votar o indicativo de greve. “Se o Governo não nos der uma resposta positiva, vamos decretar greve por tempo indeterminado, já a partir da próxima semana”, afirmou.
Na Assembleia Legislativa, os delegados se reuniram com os agentes e escrivães, que já estão paralisados desde a última terça-feira, para entrar no prédio, o que causou um grande tumulto com a equipe de segurança do local, que não queria permitir a entrada deles. A questão só foi encerrada após a chegada do deputado Kelps Lima, que consentiu a presença dos policiais civis no local.
Reprodução Cidade News Itaú
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