Dois celulares apreendidos na Rocinha podem ajudar a solucionar o caso do desaparecimento do pedreiro Amarildo. Os aparelhos, de acordo com o procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro, Marfan Martins Vieira, têm "notória ligação com o desaparecimento". Segundo ele, conversas entre os policiais da 15ª DP (Gávea) e traficantes fizeram a Gaeco armar a operação "Paz Armada", realizada na Rocinha no dia 13 de julho, um dia antes do desaparecimento de Amarildo.
Um dos celulares teria sido apreendido após um traficante ter deixado o aparelho cair durante fuga. O outro teria sido derrubado por um casal, em uma localidade diferente da do aparelho do traficante.
O caso de Amarildo foi transferido da 15ª DP para a Divisão de Homicídios (DH), comandada pelo delegado Rivaldo Barbosa. O secretário de Segurança Pública do estado, José Mariano Beltrame, chegou por volta das 17h desta quinta-feira (1º) na Divisão de Homicídios, que investiga o caso. O caso dos celulares continua na 15ª DP, sob o comando do delegado Orlando Zaccone.
Manifestação
Enquanto a Rocinha faz manifestação às 18h pedindo explicações sobre o caso de Amarildo, o Ministério Público recebeu familiares do pedreiro na tarde desta quinta. Estiveram presentes os filhos Anderson e Emerson, além da sobrinha Michele. A mulher, Elizabete, esperada para a reunião, não compareceu. Os familiares não quiseram falar após a reunião.
Marfan lamentou o fato de que o caso tenha acontecido dentro de uma área aue possui uma UPP, e disse, sem maiores detalhes, que os parentes de Amarildo reclamaram de "problemas de convivência" na região. "Eles estão muito preocupados com a segurança", diz ele.
O delegado da Divisão de Homicídios, Rivaldo Barbosa, passou a cuidar do caso 15 dias após o desaparecimento não ter siso resolvido pela 15 DP. Após ter dito que recebeu "ordens superiores" para se empenhar no caso, Rivaldo reforçou a pergunta que será feita novamente na Rocinha hoje. "Cadê o Amarildo? Vamos lutar para descobrir", garantiu ele, que se encontra com o secretário de Segurança Pública José Mariano Beltrame para tratar do caso nesta quinta.
O promotor Homero Freitas , responsável pelo caso, diz que a reunião foi muito proveitosa para "estreitar as relações com a família de Amarildo e falar sobre as investigações". Ele afirma ainda que não teve acesso ao inquérito, mas que estará atento às investigações.
Segundo Homero, existe a possibilidade do comandante da UPP da Rocinha, o major Edson Santos, ser afastado do comando da unidade. "Seria leviano afirmar categoricamente, porque eu não fiz a recomendação, feita pelo coordenador de direitos humanos Marcio Mothé, mas dependendo das investigações, posso endossar isso", afirmou.
O deputado Geraldo Pudim, líder comunitário da Rocinha, vai pedir ao Governo do Estado que dê à família pensão para as crianças, além de um aluguel social para terminar a construção da casa. " Ele era o provedor da casa. Como eles vão se sustentar?", questionou.
Reprodução Cidade News Itaú
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