O anúncio do ministro da Agricultura, Antônio Andrade, de que o Rio Grande do Norte será um dos estados considerados livres da febre aftosa pôs fim a uma longa espera dos criadores do estado. Durante evento neste domingo (18) para assinatura da instrução normativa reconhecendo o norte do Pará como zona livre de aftosa, Andrade anunciou que outras sete federações receberão o reconhecimento. A instrução normativa que muda o status do RN de zona de médio risco para livre da doença deve ser assinada nos próximos dias, segundo o ministério.
A febre aftosa é uma doença viral, altamente contagiosa, que atinge principalmente, bovinos, bubalinos e suínos. A doença não atinge cavalos nem seres humanos. Os registros de casos da doença geram prejuízos econômicos ao país por dificultarem a exportação de carne e por provocarem perdas na eficiência produtiva.
Com a certificação, o Rio Grande do Norte fica livre para receber e enviar animais para lugares do país que também possuem o mesmo status de segurança sanitária contra a doença. "A decisão modifica o quadro pessimista da agropecuária, sobretudo a potiguar. O processo demorou 14 anos, muito em virtude da falta de estrutura do sistema de fiscalização. Esperamos de 1999 a 2013. Isso causou um prejuízo enorme e impediu a evolução do setor", avalia o presidente da Associação Norte-Riograndense de Criadores (Anorc), Marco Aurélio de Sá.
Após o reconhecimento pelo Ministério da Agricultura, o próximo passo é enviar o pleito à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE na sigla em inglês) solicitando o aval internacional para as novas áreas. A solicitação será feita em outubro e a expectativa é que o certificado da OIE seja obtido em maio de 2014. O objetivo do Brasil é obter da entidade o status de país livre da doença até 2015.
"Em função das limitações, o RN ficava praticamente excluído de participar de feiras e exposições em outros estados, que também não podiam circular no nosso estado", reforça o presidente da Anorc. Para combater o problema da aftosa, o governo criou em 1992 o Programa Nacional de Erradicação e Prevenção Contra a Febre Aftosa. O último foco de aftosa no Brasil foi detectado em 2006 nos estados de Mato Grosso do Sul e Paraná. No RN, o último caso da doença foi registrado em 2000.
Além do RN e do Pará, o ministro anunciou como áreas livres de aftosa os estados de Alagoas, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco e Piauí. De acordo com o ministério, com a inclusão das áreas, 99% do rebanho de bovinos e búfalos e 78% do território nacional passam a ser livres da doença. Anteriormente, 89% do rebanho eram imunes e 60% do território eram livres da febre. Para isso, falta imunizar os rebanhos do Amapá, de Roraima e de parte do Amazonas. As três áreas ainda são consideradas de alto risco.
Reprodução Cidade News Itaú
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