O principal suspeito da morte da pernambucana Clara Rubianny Ferreira permaneceu calado durante depoimento à delegada Karen Lopes, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), na manhã desta sexta-feira (26). O empresário paulista Eugênio Becegato Júnior disse que só irá se pronunciar após a emissão do laudo cadavérico de Clara Rubianny pelo Instituto Técnico e Científico de Polícia (Itep).
O advogado de Becegato, André Justo, falou que ainda não tem estratégia de defesa. "Entrei no caso hoje [sexta-feira]. Já pedi cópia do inquérito à delegada para poder traçar minha forma de trabalho nesse caso. De qualquer forma, vamos aguardar que o laudo do Itep seja emitido".
Eugênio Becegato Júnior cumpre prisão temporária de 30 dias. O mandado foi expedido pela Justiça potiguar na terça-feira (23), mesmo dia em que o suspeito foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Vitória da Conquista, na Bahia. Segundo a polícia, ele fugia sem bagagem em um ônibus que faz a linha Natal/Belo Horizonte.
Após o depoimento desta sexta, Eugênio Becegato Júnior foi encaminhado ao Centro de Detenção Provisória de Pirangi (CDP), na zona Leste de Natal. A delegada Karen Lopes não quis adiantar os indícios que tem para manter o empresário preso. Ele disse que irá conceder uma entevista coletiva na tarde desta sexta.
O caso
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte identificou o corpo de Clara Rubianny Ferreira na segunda-feira (22). Ela tinha 26 anos e era natural de Caruaru, em Pernambuco. Uma tatuagem na perna possibilitou a identificação da vítima, conforme explicou o chefe de investigação da 15ª Delegacia de Polícia, Edson Barreto.
Clara foi achada enrolada em lençois e sacos plásticos. Um fio elétrico estava em volta do pescoço da vítima. De acordo com o chefe de investigação da 15ª DP, alguns vestígios achados no local do crime indicam que houve consumo de drogas no quarto onde a vítima foi encontrada. "Achamos um prato e uma gilette, que normalmente são usados para esquentar e separar cocaína", ressalta. Um exame toxicológico solicitado ao Instituto Técnico Científico de Polícia (Itep) deve mostrar se Clara consumiu drogas antes de morrer.
O corpo da vítima foi encontrado após denúncia anônima de moradores de um condomínio de Ponta Negra que reclamavam do mau cheiro vindo do apartamento. Os policiais da 15ª DP arrombaram a porta e acharam o corpo já em decomposição. Antes da descoberta do corpo, Edson Barreto chegou a entrar em contato com o pai de Clara, que mora em Caruaru. "Ele não tinha notícias dela faziam seis dias", conta.
Eugênio Becegato Júnior é dono do apartamento em que Clara foi encontrada. Ele deixou o prédio por volta das 13h do domingo (21) a bordo de uma Cherokee vermelha e não retornou.
"Segundo as informações que recebemos, o dono do imóvel é paulista de Ribeirão Preto, morava lá há três meses e é usuário de drogas. Nos informaram que ele morava sozinho, mas costumava receber outros usuários de drogas e garotas de programa", explica o chefe de investigação da 15ª DP.
Edson Barreto revelou que uma denúncia já havia sido recebida na última sexta-feira (19) pela Polícia Militar, que esteve no local, porém teve a entrada impedida pelo dono do apartamento. "Como não tinham mandado, os policiais preferiram não arriscar", ressaltou.
Reprodução Cidade News Itaú
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