A Polícia Civil está negociando a rendição do principal suspeito de matar o garoto boliviano Brayan Yanarico Capcha, de 5 anos. Investigadores têm mantido contato permanente com os pais de Diego Rocha Freitas Campos, de 20 anos, que está foragido. Os pais dele estão com medo que o filho seja assassinado por outros criminosos. O corpo de Brayan foi enterrado na quarta-feira (3), na Bolívia.
Entretanto, como informou o SPTV, Diego tem dito que não pretende se entregar por enquanto. A polícia já vasculhou mais de 30 locais em São Paulo atrás do suspeito. Além de Diego, outro procurado pelo assassinato do menino boliviano é Wesley Soares Pedroso, de 19 anos.
O crime
Brayan foi morto com um tiro na cabeça por um dos cinco criminosos armados e mascarados que haviam invadido a residência onde ele morava com os pais em São Mateus. A quadrilha usava revólveres e facas. O grupo rendeu o tio da vítima que chegava com o carro na garagem, na madrugada de sexta. De acordo com os moradores, todos bolivianos, os bandidos eram brasileiros.
Os pais do menino contaram ter dado R$ 3,5 mil aos assaltantes, mas eles exigiam mais. Em seguida, o tio entregou R$ 1 mil à quadrilha, que não se deu por satisfeita e passou a ameaçar matar Brayan com uma faca caso não recebesse mais dinheiro.
Veronica relatou que ainda abriu a carteira vazia. A costureira disse que segurou o filho no colo durante o assalto, se ajoelhou e implorou que os criminosos não matassem a criança. Porém, assustado com a situação, o garoto chorava muito, o que irritou os bandidos. Segundo ela, um criminoso gritava para o menino "parar de chorar" e não chamar a atenção dos vizinhos.
Segundo os pais de Brayan, o filho entregou duas moedas a um dos bandidos e também pediu a quadrilha para não morrer. Mas irritado com o choro, o assaltante atirou na cabeça do menino, que completaria 6 anos no próximo sábado (6).
Suspeitos
Os bandidos fugiram com R$ 4,5 mil dos bolivianos após o latrocínio. A crueldade dos criminosos nesse caso de roubo seguido de morte fez com que o governo de São Paulo determinasse prioridade nas investigações da Polícia Civil em busca da quadrilha.
Três suspeitos de participarem do crime foram presos neste fim de semana: Paulo Ricardo Martins, 19, Felipe dos Santos Lima, 18, e um adolescente de 17 anos. Um deles seria vizinho de Brayan, segundo parentes da vítima e policiais disseram ao G1.
Dia das Mães
Campos é um presidiário que havia recebido da Justiça o benefício da saída temporada no Dia das Mães. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), ele cumpria pena no presídio de Franco da Rocha, na Grande São Paulo, após ter sido condenado por roubo. Deveria ter voltado à unidade prisional após o benefício, mas não retornou e passou a ser considerado foragido desde o dia 13 de maio.
A equipe de reportagem não conseguiu localizar os advogados dos investigados para comentarem as acusações.
Além do 49º Distrito Policial, São Mateus, o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) e o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) ajudam nas apurações para tentar localizar o restante do bando que participou da morte de Brayan.
Quem tiver informações sobre os suspeitos deve ligar para o Disque-Denúncia (telefone 181).
Bolivianos realizaram protestos em ruas de São Paulo por causa da morte de Brayan. Eles pediam a prisão dos criminosos e mais segurança para os estrangeiros que moram na capital paulista.
Reprodução Cidade News Itaú
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para nós, comente essa matéria!