Na tentativa de evitar que protestos contra a igreja ou políticos cheguem às vistas do papa Francisco, a Polícia Militar de São Paulo vai barrar na entrada do Santuário Nacional de Aparecida cartazes, bandeiras e faixas que "ofendam a integridade do pontífice e da nação".
A informação foi dada ontem pelo tenente-coronel Marcos Vieira, que coordena a ação do órgão na proteção do líder da igreja em São Paulo. Segundo ele, manifestações próximas a Francisco serão "sufocadas de imediato".
Três grupos ligados a movimentos de moradia prometem um ato a partir das 9h30.
Os protestos que tomaram o Rio, onde o papa está hospedado para a Jornada Mundial da Juventude, nos últimos dois dias serviram de "alerta" aos órgãos responsáveis pela segurança do pontífice em SP e fizeram algumas corporações ampliarem seus efetivos em Aparecida.
A Polícia Federal, por exemplo, aumentou de 300 para 400 o total de profissionais na operação. No total, 5.000 homens trabalharão na segurança do sumo pontífice --2.200 só do Exército.
Houve ainda um pedido de reforço no policiamento tático pela mudança no itinerário que o papa terá que cumprir para chegar a Aparecida.
O plano inicial era que o pontífice pegasse um helicóptero no Rio e pousasse já no estacionamento do santuário de Aparecida. Mas o tempo fechado e a possibilidade de chuva fizeram a Aeronáutica rever os procedimentos.
Até a noite de ontem, a Força Aérea Brasileira confirmava que Francisco viajaria de avião até São José dos Campos e, de lá, usaria um helicóptero para chegar até o santuário. A possibilidade de o papa ter de se deslocar de carro de São José até Aparecida, porém, não era descartada.
Com o risco de o líder da Igreja Católica fazer um longo trajeto por terra, PM e Polícia Rodoviária Federal destacaram ainda ontem batedores e equipes táticas para São José. A previsão é que o papa chegue a Aparecida às 10h, atraso de 30 minutos em relação ao cronograma original.
VARREDURA
As portas da basílica seriam fechadas ontem às 22h para que a PF fizesse varredura no local. Peritos do órgão também fecharam o seminário Bom Jesus, onde o papa almoçará e repousará por alguns minutos antes de voltar ao Rio, no fim da tarde.
Todos os funcionários do seminário foram cadastrados pela polícia ontem e terão fichas criminais levantadas, procedimento que faria parte da estratégia de proteção ao sumo pontífice.
As portas do santuário serão abertas aos fiéis às 5h de hoje, mas milhares de romeiros já acampavam ao redor da basílica na noite de ontem.
O aposentado José Carlos Costa, 65, primeiro da fila, chegou a Aparecida às 17h30 da última segunda-feira e disse não ter tido companhia até a manhã seguinte. "Ficamos só eu e Deus, que é o mais importante", afirmou.
Reprodução Cidade News Itaú
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