Um menor foi apreendido neste domingo (29) na região de São Matheus, na zona leste de São Paulo, suspeito do assassinato do menino boliviano Brayan Yanarico Capcha, 5. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), ele é o terceiro suspeito detido pela morte. O jovem, que tem entre 15 e 17 anos, chegou à 49ª DP, onde o caso está sendo investigado, por volta das 10h.
Dois suspeitos do crime já foram presos. Segundo a SSP, o segundo suspeito tem 18 anos e foi preso neste sábado (29). O primeiro foi detido na noite de sexta-feira. Outros dois homens ainda estão sendo procurados pela polícia. Uma coletiva de imprensa acontece hoje às 18h para dar mais esclarecimentos sobre a apreensão.
Ainda neste domingo, a polícia afirmou ter identificado o autor do tiro disparado contra a criança durante o assalto. É Diego Rocha Freitas Campos, 20, condenado por roubou e foragido da Justiça.
Brayan foi morto durante um assalto porque seu choro irritou os ladrões. A casa de sua família no bairro de São Mateus, na zona leste de São Paulo, foi invadida na madrugada de sexta-feira (28). Ele foi alvejado na cabeça enquanto estava no colo da mãe. Seis ladrões levaram R$ 4.500 em dinheiro da casa. Parte disso seriam economias do próprio menino.
O corpo de Brayan segue para La Paz, na Bolívia, às 14h desta segunda-feira (1º), partindo do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. A família deve chegar a capital boliviana por volta das 19h do horário local e seguirá até o povoado de Tacamara (100 km de La Paz) por via terrestre, segundo a advogada da família, Patrícia Vega. Às 10h desta segunda, a família deve se pronunciar para fazer agradecimentos, de acordo com a advogada.
Comunidade boliviana faz caixinha para família
O velório de Brayan acontece desde a noite deste sábado em Guarulhos (SP). Segundo Vega, dezenas de pessoas da comunidade boliviana residente em São Paulo compareceram, deixando a família muito emocionada.
"Eles pegaram uma caixinha de sapato e cada um deu um tanto de dinheiro para que eles não voltassem sem nada para a Bolívia", disse Vega.
O senador Eduardo Suplicy, o vereador do PSB Masataka Ota (pai de Ives Ota morto aos oito anos por sequestradores), Janete Nakashima (mãe de Mércia Nakashima, assassinada em 2010) e Marta Consoli (mãe da estudante Bianca Consoli, morta em setembro de 2011) também compareceram ao velório para prestar solidariedade à família.
Governo boliviano pode receber família
Diante da repercussão do caso na Bolívia, o presidente do país, Evo Morales, ou algum representante do governo pode receber a família no aeroporto de La Paz, segundo a advogada.
"A repercussão [do caso] foi enorme. A Bolívia está mobilizada. Além da família dos avós do Brayan, dos tios, parece que o presidente ou algum representante dele estará no aeroporto [para receber a família]", disse.
Os pais Edberto Capcha, 28, e Verónica Capcha, 24, estavam há seis meses no Brasil. Trabalhavam em uma oficina de costura improvisada no próprio quarto do casal. No sobrado onde moravam viviam oito adultos e duas crianças.
Brayan não frequentava a escola, situação que fazia os pais repensarem em voltar à Bolívia.
Menino fazia convites antes do assalto
Brayan faria seis anos no próximo dia 6 de julho. Ansioso por uma festa de aniversário, ele mesmo começou a desenhar os convites que daria aos amigos até ser interrompido por ladrões que entraram em sua casa. Ele havia dado três opções de presentes preferidos: um carrinho, um boneco do Pica-Pau ou uma roupa nova.
"Brayan era um menino super alegre, que aprendeu a falar português sozinho e estava ensinando a língua para a mãe. Ele tinha pedido para voltar para a Bolívia e por isso os pais estão se sentindo muito culpados", disse Vega.
Latrocínios crescem em São Paulo
O número de latrocínios registrados no Estado de São Paulo aumentou 13% nos primeiros cinco meses do ano em comparação com o mesmo período de 2012. Foram 153 casos registrados no ano passado, ante 173 em 2013. Os dados foram divulgados na terça-feira (25) pela Secretaria de Segurança Pública.
Dois casos de latrocínio chamaram a atenção nos últimos meses no Estado: dois dentistas foram queimados por criminosos que assaltaram seus consultórios. O primeiro caso aconteceu no dia 25 de abril, em São Bernardo do Campo (Grande SP).
A vítima, Cinthya Magaly Moutinho de Souza, 46, foi queimada depois que os assaltantes verificaram que havia apenas R$ 30 em sua conta bancária. A dentista morreu na hora.
Quase um mês depois, no dia 27 de maio, o dentista Alexandre Peçanha Gaddy, 41, foi queimado durante um suposto assalto a seu consultório em São José dos Campos (SP) e morreu oito dias depois. Na quinta-feiar (27), a polícia prendeu dois suspeitos de terem participado do crime.
Reprodução Cidade News Itaú
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