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segunda-feira, julho 01, 2013

PM apreende menor como terceiro suspeito da morte de menino boliviano em SP

Um menor foi apreendido neste domingo (29) na região de São Matheus, na zona leste de São Paulo, suspeito do assassinato do menino boliviano Brayan Yanarico Capcha, 5. Segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), ele é o terceiro suspeito detido pela morte. O jovem, que tem entre 15 e 17 anos, chegou à 49ª DP, onde o caso está sendo investigado, por volta das 10h. 

Dois suspeitos do crime já foram presos. Segundo a SSP, o segundo suspeito tem 18 anos e foi preso neste sábado (29). O primeiro foi detido na noite de sexta-feira. Outros dois homens ainda estão sendo procurados pela polícia. Uma coletiva de imprensa acontece hoje às 18h para dar mais esclarecimentos sobre a apreensão.

Ainda neste domingo, a polícia afirmou ter identificado o autor do tiro disparado contra a criança durante o assalto. É Diego Rocha Freitas Campos, 20, condenado por roubou e foragido da Justiça. 

Brayan foi morto durante um assalto porque seu choro irritou os ladrões. A casa de sua família no bairro de São Mateus, na zona leste de São Paulo, foi invadida na madrugada de sexta-feira (28). Ele foi alvejado na cabeça enquanto estava no colo da mãe. Seis ladrões levaram R$ 4.500 em dinheiro da casa. Parte disso seriam economias do próprio menino.

O corpo de Brayan segue para La Paz, na Bolívia, às 14h desta segunda-feira (1º), partindo do aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. A família deve chegar a capital boliviana por volta das 19h do horário local e seguirá até o povoado de Tacamara (100 km de La Paz) por via terrestre, segundo a advogada da família, Patrícia Vega. Às 10h desta segunda, a família deve se pronunciar para fazer agradecimentos, de acordo com a advogada.

Comunidade boliviana faz caixinha para família
O velório de Brayan acontece desde a noite deste sábado em Guarulhos (SP). Segundo Vega, dezenas de pessoas da comunidade boliviana residente em São Paulo compareceram, deixando a família muito emocionada.

"Eles pegaram uma caixinha de sapato e cada um deu um tanto de dinheiro para que eles não voltassem sem nada para a Bolívia", disse Vega.

O senador Eduardo Suplicy, o vereador do PSB Masataka Ota (pai de Ives Ota morto aos oito anos por sequestradores), Janete Nakashima (mãe de Mércia Nakashima, assassinada em 2010) e Marta Consoli (mãe da estudante Bianca Consoli, morta em setembro de 2011) também compareceram ao velório para prestar solidariedade à família.

Governo boliviano pode receber família
Diante da repercussão do caso na Bolívia, o presidente do país, Evo Morales, ou algum representante do governo pode receber a família no aeroporto de La Paz, segundo a advogada.

"A repercussão [do caso] foi enorme. A Bolívia está mobilizada. Além da família dos avós do Brayan, dos tios, parece que o presidente ou algum representante dele estará no aeroporto [para receber a família]", disse.

Os pais Edberto Capcha, 28, e Verónica Capcha, 24, estavam há seis meses no Brasil. Trabalhavam em uma oficina de costura improvisada no próprio quarto do casal. No sobrado onde moravam viviam oito adultos e duas crianças.

Brayan não frequentava a escola, situação que fazia os pais repensarem em voltar à Bolívia.

Menino fazia convites antes do assalto
Brayan faria seis anos no próximo dia 6 de julho.  Ansioso por uma festa de aniversário, ele mesmo começou a desenhar os convites que daria aos amigos até ser interrompido por ladrões que entraram em sua casa.  Ele havia dado três opções de presentes preferidos: um carrinho, um boneco do Pica-Pau ou uma roupa nova.

"Brayan era um menino super alegre, que aprendeu a falar português sozinho e estava ensinando a língua para a mãe. Ele tinha pedido para voltar para a Bolívia e por isso os pais estão se sentindo muito culpados", disse Vega.

Latrocínios crescem em São Paulo
O número de latrocínios registrados no Estado de São Paulo aumentou 13% nos primeiros cinco meses do ano em comparação com o mesmo período de 2012. Foram 153 casos registrados no ano passado, ante 173 em 2013. Os dados foram divulgados na terça-feira (25) pela Secretaria de Segurança Pública.

Dois casos de latrocínio chamaram a atenção nos últimos meses no Estado: dois dentistas foram queimados por criminosos que assaltaram seus consultórios. O primeiro caso aconteceu no dia 25 de abril, em São Bernardo do Campo (Grande SP).

A vítima, Cinthya Magaly Moutinho de Souza, 46, foi queimada depois que os assaltantes verificaram que havia apenas R$ 30 em sua conta bancária. A dentista morreu na hora.

Quase um mês depois, no dia 27 de maio, o dentista Alexandre Peçanha Gaddy, 41, foi queimado durante um suposto assalto a seu consultório em São José dos Campos (SP) e morreu oito dias depois. Na quinta-feiar (27), a polícia prendeu dois suspeitos de terem participado do crime.

Reprodução Cidade News Itaú

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