quarta-feira, julho 31, 2013

PM acusado de intermediar morte de advogado no RN é preso pela 3ª vez

Sargente Carlos foi preso novamente nesta quarta (31) (Foto: Igor Jácome/G1)
A Polícia Civil do Rio Grande do Norte cumpriu um novo mandado de prisão e mais uma vez conduziu à Delegacia Especializada de Homicídios (Dehom) o sargento da Polícia Militar Antônio Carlos Ferreira de Lima, denunciado como intermediário no crime que vitimou o advogado Antônio Carlos de Souza Oliveira, morto a tiros dentro do banheiro de um bar na noite de 9 de maio deste ano, em Natal. O policial foi preso em Macaíba, na região metropolita. Em pouco mais de um mês, esta é a terceira vez que o policial é detido.
Na primeira, no dia 21 de junho, o sargento se apresentou espontaneamente e passou 20 dias detido. Nesta terça (30), durante a operação 'Avengers' (que significa vingadores em inglês), ele voltou a ser preso. Contudo, à tarde, o advogado apresentou um habeas corpus e o sargento foi novamente posto em liberdade.

Segundo a delegada Karla Viviane, a soltura do PM ocorrida na tarde desta terça “foi ilegal”. Ao G1, ela explicou que o habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça se referia à primeira prisão do acusado, ainda durante o período de investigação, e não desta última, quando o juiz Ricardo Procópio Bandeira de Melo, titular da 3ª Vara Criminal de Natal, decretou prisão preventiva contra o sargento. “O advogado usou de má-fé. Iremos representar contra ele”, afirmou a delegada.
O G1 ouviu o advogado Edberto Smith Júnior, que defende o sargento. Ele rebateu as palavras da delegada e disse que também irá processá-la por injúria. Quanto ao habeas corpus, ele afirmou que não tem culpa nenhuma de o TJ ter concedido a soltura do policial, mesmo que se tratando de uma prisão decretada anteriormente.
Amigos
Nesta manhã, ao falar sobre a soltura do sargento, Edberto Smith disse ao G1 que o policial e o advogado Antônio Carlos eram amigos há pelo menos 20 anos. “Não tem como pensar em uma situação como essa", acrescentou. Sobre a acusação, Edberto negou o envolvimento do sargento no crime e contou que havia entrado com um pedido de salvo-conduto na Justiça para evitar novas prisões. De acordo com Edberto Smith Júnior, o policial e a vítima eram amigos "de frequentar os mesmos locais e ir ao aniversário um do outro". A defesa do PM reforça que o sargento tem "comportamento excepcional, não respondeu a nenhum processo investigativo em nível de polícia e que o último processo respondido por ele na Justiça tem 11 anos".
Quanto à amizade envolvendo o sargento e o advogado assassinado, a delegada Karla Viviane discorda. Segundo ela, os dois tinham uma relação conflituosa e que o policial fazia ameaças ao advogado.
Prisões
Já estavam presos por envolvimento no crime o comerciante Expedido José dos Santos, preso no último dia 29 de maio; um pedreiro identificado como 'Irmão Marcos', preso enquanto trabalhava em uma obra no interior de Minas Gerais; e Lucas Daniel André da Silva, mais conhecido como 'Luquinha', que confessou ter matado o advogado.
Investigação
O primeiro a confirmar a participação do pedreiro no crime foi o comerciante Expedido José dos Santos. Expedito admitiu ser o dono do carro, mas continua negando ter qualquer envolvimento com a morte do advogado. Ele disse, em depoimento, que Irmão Marcos pegou seu carro emprestado e usou para dar fuga ao assassino. Ao G1, Expedito contou a mesma história e disse que ficou sabendo que seu automóvel havia sido usado num crime quando recebeu o carro de volta. Assustado, ele pegou a família e fugiu para Fortaleza, onde foi preso. No Ceará, ele também admite ter queimado o carro. Para a polícia, no entanto, o comerciante também estava no veículo e foi o mandante do homicídio – motivado, segundo a polícia, por vingança.
O segundo a confirmar a participação de Irmão Marcos no crime é um homem que confessa ser o próprio assassino. Lucas Daniel André da Silva, mais conhecido como 'Luquinha', foi apresentado durante coletiva de imprensa. Ao G1, ele admitiu o crime e afirmou que matou o advogado a mando de Expedito para se vingar de Antônio Carlos, que teria mandado derrubar o muro de um terreno que o comerciante diz ter comprado em São Gonçalo do Amarante, na região metropolitana da capital potiguar. Luquinha foi preso em um lava-jato no bairro Barro Vermelho.

Preso na cidade de Ipanema, em Minas Gerais, o ‘Irmão Marcos’ estaria na Doblò de cor prata usada na noite do crime. Ele, inclusive, foi citado por dois suspeitos já presos por também terem participado do assassinato.

Reprodução Cidade News Itaú

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