Reportagem publicada nessa terça-feira, 23, no jornal Folha de SP, aponta que a Petrobras decidiu parar sondas terrestres e outras operações no Rio Grande do Norte, na Bahia e no norte do Espírito Santo dentro de seu Programa de Otimização de Custos Operacionais (Procop), que visa economizar R$ 32 bilhões de 2013 a 2016.
Segundo a Folha, a empresa precisa aumentar o fluxo de caixa, que até 2016 deve ficar abaixo de sua necessidade de investimentos de US$ 236,5 bilhões (2013-2017). Hoje, a produção de petróleo em terra perfaz 10% de sua produção total, de 208 mil barris diários.
Segundo José Maria Ferreira Rangel, do Conselho de Administração da empresa e coordenador do Sindipetro no Norte Fluminense, a redução dessas operações pode significar 5.000 demissões.
De acordo com o Sindipetro/RN, a política da Petrobras já resultou nos últimos 18 meses em desemprego para milhares de trabalhadores de empresas que integravam a cadeia produtiva de petróleo.
O diretor nacional de Exploração e Produção (E&P) da Petrobras, José Miranda Formigli, afirmou que a empresa não tem nenhuma previsão de desinvestimento no Rio Grande do Norte e em outras áreas em terra.
Segundo Formigli, a Petrobras tem ciclos de investimentos e, neste momento, a demanda maior é por obras civis. “Tivemos uma crise no mês de maio por conta de duas empresas que abandonaram seus contratos”, argumentou.
O diretor garantiu que o número de empregos na Petrobras será maior com a frente de trabalho para a construção do oleoduto até Guamaré e afirmou que a produção existente hoje gera receita que garante investimentos no RN, tanto em terra quanto em mar.
A Petrobras informou, à reportagem da Folha, que em dezembro tinha 11 sondas de perfuração e 26 sondas de produção terrestre, que atualmente estão reduzidas, respectivamente, para 7 e 22.
Funcionários de terceirizadas realizam protesto
Aproveitando a presença de Formigli em Mossoró, funcionários de empresas prestadoras de serviços à Petrobras realizaram protesto na BR-110, rodovia de acesso para Canto do Amaro, onde Formigli participou de evento. Os trabalhadores interditaram a rodovia federal logo nas primeiras horas da manhã para denunciar as demissões e cobrar mais investimentos para o Rio Grande do Norte.
O coordenador-geral do Sindipetro, Dedé Araújo, destacou que os investimentos na região de Mossoró estão sendo diminuídos em função da produção do pré-sal. Segundo ele, cerca de 5 mil trabalhadores já foram demitidos.“Queremos chamar a atenção da sociedade para o problema. A Petrobras garantiu que os investimentos seriam retomados, mas o que percebemos é que cada vez mais as empresas estão indo embora da cidade”, relatou.
Reprodução Cidade News Itaú
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