Uma operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, e da Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo cumpre, na manhã desta segunda-feira (15), mandados de prisão contra policiais civis suspeitos de envolvimento com o tráfico de drogas em Campinas e na capital paulista.
Estão sendo cumpridos 13 mandados - 11 em São Paulo e dois em Campinas. Até as 12h, sete policiais civis já haviam sido presos. Eles foram levados para o prédio da Corregedoria da Polícia Civil, no Centro de São Paulo.
Entre os detidos estão dois delegados do Departamento Estadual de Repressão ao Narcotráfico (Denarc). O supervisor da Unidade de Inteligência do Denarc, Clemente Calvo Castilhone Junior, foi detido. O delegado geral da Polícia Civil, Mauricio Blazeck, informou ao SPTV que Castilhone foi preso por suspeita de ter vazado informações que poderiam comprometer as investigações.
O advogado de Castilhone, João Batista Augusto Junior, afirmou desconhecer os motivos que levaram à prisão temporária por 30 dias de seu cliente. Augusto Junior, entretanto, afirma que o delegado é inocente de qualquer acusação que lhe venha a ser atribuída. O defensor irá tomar conhecimento das acusações para tentar na Justiça revogar a prisão.
Os mandados de prisão foram expedidos pela Justiça de Campinas contra delegados, investigadores, escrivães e carceireiros suspeitos de crimes como corrupção, extorsão, formação de quadrilha - como por exemplo associação para o tráfico de drogas -, segundo apurou o G1. Também estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão na casa desses policiais e nas delegacias onde trabalham.
Participam da operação cerca de 60 policiais civis. A operação foi deflagrada após investigações promovidas pelos promotores do Gaeco de Campinas, segundo policiais envolvidos na operação. Entre as provas contra os suspeitos estão interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça.
Extorsão
O Ministério Público chegou até os policiais civis suspeitos de envolvimento com o tráfico quando monitoravam uma quadrilha de sequestradores e traficantes ligada a Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, condenado a mais de 400 anos de prisão. Ele está no presídio de segurança máxima de Presidente Venceslau, no interior pauloista, desde 2002. Segundo o MP, os policiais civis davam proteção ao traficante e extorquiam dinheiro de parentes de Andinho para não combater a venda de drogas.
O diretor do Denarc, o delegado Marco Antônio Pereira Novaes de Paula Santos, acompanhava os promotores do Gaeco e os policiais da Corregedoria nas buscas e apreensões que estavam sendo feitas no prédio do departamento por volta das 10h20. Ele preferiu não comentar o assunto.
Segundo o Ministério Público, a operação cumpre, além dos 13 mandados de prisão, outros dois mandados de busca e apreensão - um na capital e outro em Campinas. O MP informou que os policiais são suspeitos de roubo, extorsão mediante sequestro e corrupção.
Ao SPTV, o secretario da Segurança Pública (SSP), Fernando Grella, disse que vai promover uma reformulação no Denarc.
Reprodução Cidade News Itaú
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