Um incêndio que se iniciou por volta de 20h30 atingiu na noite deste sábado (6) pelo menos três das quatro fachadas do tradicional Mercado Público de Porto Alegre, construído em 1869 e que abriga bares, restaurantes e bancas comerciais.
As chamas se alastraram a partir do segundo piso do prédio histórico, em frente à estação do trem metropolitano, no centro da cidade. A estimativa dos bombeiros é de que pelo menos 50% do prédio histórico tenha sido consumido pelas chamas. O andar térreo do Mercado não foi atingido.
O fogo foi controlado por volta de 22h30, mas focos de incêndio ainda foram combatidos pelos bombeiros até pelo menos 0h30. Não há relato de vítimas, já que a maioria das lojas estava fechada quando o fogo começou.
O Corpo de Bombeiros deslocou 15 viaturas para combater o incêndio. Unidades de Canoas, Charqueadas e Eldorado do Sul também prestaram apoio. Cerca de 30 minutos depois do começo do fogo, boa parte do segundo andar já havia sido consumida pelas chamas.
Lojas e restaurantes tiveram perda total
O prédio ocupa um quarteirão inteiro no centro de Porto Alegre, ao lado da prefeitura, e emprega cerca de 2 mil pessoas. Bombeiros estimam que 90% do segundo andar e 30% de todo prédio foram destruídos.
- Mais de 150 animais que estavam nas lojas, entre aves e roedores, foram salvos do fogo
Segundo o comando a corporação, a existência de muito material inflamável nas lojas facilitou a propagação das chamas. Também não há um sistema interno de proteção contra incêndio.
A fachada do mercado está aparentemente intacta. Porém, o telhado foi seriamente avariado. Lojas e restaurantes do segundo piso, especialmente os localizados de frente para a avenida Júlio de Castilhos, tiveram perda total.
Uma agropecuária na parte térrea, de frente para a avenida Borges de Medeiros, não chegou a ser atingida pelas chamas.
O proprietário da loja chegou a tempo de evacuar do local cerca de 155 animais, entre aves e roedores, que, provavelmente, não resistiriam ao calor e à fumaça tóxica.
Foram registradas várias explosões dentro do edifício, provavelmente provocadas por botijões de gás.
Ruas e avenidas são bloqueadas; estação de trem é fechada
As avenidas Júlio de Castilhos e a Siqueira Campos foram bloqueadas pela Empresa Pública de Trânsito e Circulação (EPTC), assim como o Largo Glênio Peres, para o trabalho dos bombeiros. O Mercado Público estava fechado ao público desde as 19h.
A estação do trem que se localiza em frente à fachada oeste do Mercado foi fechada e o serviço, interrompido.
A fumaça tóxica produzida pelo incêndio atingiu várias áreas da cidade, chegando inclusive à zona sul --distante mais de 10 quilômetros do centro.
Mangueiras estouram e hidrantes não funcionam, dizem bombeiros
Apesar de o incêndio ter sido controlado, bombeiros reclamam da precariedade do material de combate ao fogo.
Segundo integrantes da corporação, mangueiras estouraram, hidrantes não funcionaram e a quantidade de máscaras usadas contra a fumaça tóxica é insuficiente. Caminhões pipa foram utilizados para controlar o incêndio.
"Imagina se esse incêndio tivesse ocorrido em um dia de semana", questionou um soldado, numa referência ao fato de o prédio estar localizado no centro, em uma das áreas mais movimentadas da cidade.
Testemunhas também relataram que os bombeiros demoraram quase 30 minutos para acionar as escadas de combate a incêndios para controlar o fogo no segundo andar.
O secretário de Segurança do Estado, Airton Michels, negou que tivesse faltado água para combater o incêndio e que o efetivo de bombeiros fosse insuficiente. Segundo ele, os bombeiros demoraram quatro minutos para chegar ao local.
"O combate rápido e eficiente conseguiu preservar grande parte da estrutura. O trabalho dos bombeiros foi muito bom, exemplar. A resposta foi adequada", disse Michel.
Prefeitura fará vistoria neste domingo
O secretário adiantou que uma perícia será feita neste domingo (7) para apurar as causas do incêndio. A Guarda Municipal reforçou a segurança no local para evitar saques.
A prefeitura confirmou que uma vistoria será feita no local a partir das 9h deste domingo (7).
O secretário de Indústria e Comércio de Porto Alegre, Humberto Goulart, disse que o plano de proteção e combate a incêndio (PPCI) do prédio estava em dia. Os extintores também estavam regulares, como informou Goulart.
Reprodução Cidade News Itaú
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